Durante os quinze dias de programação do Faxinal das Artes, o chalé 77 se transformou num verdadeiro ateliê de criação intensiva. Ali, o alagoano Delson Uchoa criou uma das mais instigantes obras produzidas no evento: a ‘Gambiarra do Areia’, que posteriormente, chamou de ‘Lição de Pintura em Gambiarra do Areia’. A obra é, como define o autor, um presente para o Estado. E o Paraná pode se sentir lisonjeado com o mimo. ‘Gambiarra do Areia’ é um painel de 3X10 por 2X80 metros assinados por um dos artistas mais conceituados da arte contemporânea brasileira. Sua obra pode ser definida como uma sequência na linha do tempo em que brincam artistas como Tarsila e Volpi.
O painel foi iniciado já no primeiro dia do Faxinal das Artes, como um desafio. ‘Eu nunca levei menos de três meses para concluir um trabalho’, explica. Por isso, durante duas semanas, Uchoa se internou na casa-ateliê. Dedicou horas ao trabalho, pintando até mesmo de madrugada (cerca de quinze horas nos três últimos dias do evento) para concluir a obra. Também lançou mão de um recurso pouco utilizado pelos ‘mestres’ que participaram do evento: as mãos de estudantes de artes plásticas, ávidos por novas técnicas de trabalho. ‘Depois de os seduzir com a proposta, eu quase que os induzi ao traço, e fiz isso porque estava correndo contra o tempo’.
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