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Festival de Veneza

Leão de Ouro em Veneza vai para filme-surpresa da China

Redação Folha de Londrina
10 set 2006 às 18:30

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E o Leone d'Oro para melhor filme acabou premiando indiretamente o diretor do 63º Festival de Veneza, Marco Muller, que mais uma vez mirou o Oriente e apostou forte no cinema da Ásia. O vencedor foi ''Sanxia Haoren'' (Still Life, ou Natureza Morta), de Jia Zhang-Ke, um acurado retrato da China contemporânea que se despede do passado para entrar definitivamente no mundo globalizado. A trama enfatiza com sensibilidade estas transformações que alteram o cotidiano afetivo das pessoas comuns.

O filme não constava da seleção original de 21 concorrentes. Entrou na competição oficial por deliberação, ou teimosia mesmo, da curadoria da mostra, que ano passado criou a novidade do ''filme-surpresa''. E em 2005, a surpresa também tinha sido asiática: ''Casa Vazia'', já exibido em Londrina na inauguração da sala Com-Tour/UEL

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Muito acertadamente, o Leone d'Argento para melhor direção ficou com Alain Resnais, pelo inteligente retrato das relações afetivas em ''Medos Privados em Lugares Públicos''.

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Os italianos mais uma vez tiveram que se contentar com um prêmio esquisito, um Leone d'Argento Revelação para o ótimo ''Nuovomondo''. Este foi um dos estranhos coelhos que os jurados presididos por Catherine Deneuve tiraram de uma não menos estranha cartola.


O diretor Emanuele Crialese poderia ganhar qualquer coisa - menos revelação -, está em seu segundo filme, depois do também admirável ''Respiro'' realizado em 2002. Educado, fez que não era com ele, agradeceu e saiu tranquilo.
O Prêmio Especial do Júri recompensou o cinema muito jovem e pleno de vitalidade da república africana do Tchad, estreando aqui em Veneza. Pobre mas cheio de dignidade ao contar uma história com história e personagens muito fortes, um atestado antibelicista em ''Daratt'', de Mahamat-Saleh Haroun.

>> Leia reportagem completa de Carlos Eduardo Lourenço Jorge na Folha de Londrina desta segunda-feira


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