Hoje à noite, a banda Turbo Funk e os cantores Max de Castro e Paula Lima estarão no palco do Moinho São Roque, em Curitiba. Amanhã, será a vez das bandas Black Maria, Nocaute e Rumbora, além da dupla de DJs Autoload. Esta é a programação do Free Jazz Project (FJP), evento itinerante que já passou pelo Rio de Janeiro e irá ainda para Porto Alegre e São Paulo, apresentando atrações diferentes em cada cidade.
Embora os nomes sejam parecidos, as propostas do FJP e do tradicional Free Jazz Festival (FJF), que chega neste ano à sua 16ª edição, são bem diferentes. "Quando me procurou, a coordenadoria do FJF explicou que o evento não conseguia mais abranger em sua programação toda a demanda da excelente música independente brasileira que tem sido produzida", explica o produtor e idealizador do FJP, Bruno Levinson.
A proposta de criar um novo evento, com repertório mais alternativo, veio de encontro a um antigo anseio seu. Há dez anos, Levinson está à frente do projeto carioca Humaitá Peixes, que funciona como vitrine para novos talentos e já revelou mais de 150 artistas. Entre eles, Planet Hemp, Pato Fu e Paulinho Moska.
"Há muito tempo, eu queria transformar o Humaitá Peixes em festival itinerante, tirando-o do Rio e viajando com ele por todo o Brasil", comenta. A proposta veio à calhar e a parceria foi imediatamente montada. Para selecionar os artistas participantes, Levinson estabeleceu alguns critérios básicos. "Em cada noite de FJP, tem que haver a participação de pelo menos uma banda da cidade onde estamos", comenta. No caso de Curitiba, as escolhidas foram Turbo Funk e Black Maria.
Outra exigência sua é que, a cada noite, um dos artistas seja desconhecido do grande público e outro seja um nome de peso, mas totalmente identificado com o mercado independente de música. "Como exemplo, no Rio, apresentamos a Nação Zumbi, banda que apesar de estar no seu 4º CD, se identifica com a proposta do evento".
Além de servir de vitrine para os artistas, o FJP será um trampolim para o FJF. Durante as apresentações itinerantes, três artistas independentes serão selecionados para participarem da 16ª edição do grande evento, que acontecerá em outubro deste ano, no Rio e em São Paulo.
Os artistas, é claro, estão entusiasmados com esta possibilidade. O baixista Beto, da banda paulista Rumbora, comenta que seria um sonho participar do FJF. "O Free Jazz Festival é conceituado por ter músicas de qualidade e artistas de alto nível", elogia. "É diferentes de outros grandes festivais, como o Rock in Rio, que se preocupam mais em apresentar o que é vendável e comercial", compara.
Na esperança de ser selecionada, hoje à noite, a banda Rumbora irá apresentar músicas de seus dois CDs, "71" e "Exército Positivo Operante", ambos lançados pela gravadora Trama. Seu som é uma mistura de rock com ska, samba, baião e hardcore, fruto de um intenso trabalho de pesquisa do grupo.
A expectativa geral para o FJP em Curitiba é de que seja repetido o sucesso registrado no Rio de Janeiro, semana passada. "Tivemos lotação esgotada no último dia e as bandas desconhecidas entusiasmaram o público", diz Levinson. Segundo ele, a iniciativa tem como principal intenção formar um novo público e alimentar a cena independente de música.
Um detalhe interessante é que toda a produção do evento seguiu à risca uma mesma idéia: segundo Levinson, os artistas, o público e a mídia participantes do FJP estão "construindo" um novo conceito musical, o que originou a concepção visual do festival.
O cenário, assinado por Sérgio Marimba, por exemplo, é feito propositalmente com materiais de construção. "Enquanto o símbolo do Free Jazz Festival é uma guitarra, o do Free Jazz Project é um saxofone em construção", comenta Levinson.
O Free Jazz Project acontece hoje e amanhã, a partir das 21h30, no Moinho São Roque (Rua Des.Westphalen, 4000, fone 41-333-3964). Os ingressos custam R$ 15,00 e R$ 7,50 (para estudantes com carteirinha da UNE). A compra antecipada pode ser feita na Livraria Saraiva do Shopping Crystal Plaza ou através do site www.freejazzproject.com.br
Hoje no Festival
Turbo Funk A banda curitibana apresenta um inédito funk influenciado por jazz, ritmos latinos e samba. O cantor, compositor e dançarino Otto Luiz Nascarella faz performances no palco, ao lado dos músicos Demian Garcia (teclados), Mariano Sini (guitarra), Denis Nunes (baixo), Michael Tulkop (bateria), Irajá Max (trompete) e Cuca Ferreira (saxofone).
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Max de Castro Filho de Wilson Simonal e irmão de Wilson Simoninha, o músico apresenta o seu primeiro CD, "Samba Raro". Seus shows têm como marca característica a improvisação, mas apresentam sempre a boa música brasileira influenciada pela bossa-jazz, e pelos sons negros, aliada a recursos contemporâneos do som eletrônico e do hip hop.
Paula Lima Ex-vocalista da banda Funk Como Le Gusta, a cantora paulista recentemente lançou seu primeiro disco solo, ‘É Isso Aí’, em que demostra todo o seu poderio vocal. Canções do disco devem aparecer em peso no show do FJP, assim como sucessos cultivados ao longo de seus dez anos de carreira.
Amanhã no Festival
Black Maria A banda curitibana mistura grooves brasileiros e latinos com rock’n roll, hip hop e reggae. Foi esta inédita sonoridade que seus músicos apresentaram recentemente numa turnê por cidades norte-americanas. O grupo é formado por Franco Maria (voz/guitarra), Beto K (baixo/voz), Gabriel Teixeira (guitarra/voz), Gustavo Maria (bateria) e Thiago Gabiru (percussão).
Nocaute A sonoridade eclética é a marca registrada desta banda carioca. De seu mais recente disco, "CD Pirata", deverão ser apresentadas as faixas "Dificuldade", "Fim de Semana", "É Proibido Tocar" e "Sei que o Senhor Tá de Olho", entre outras. A formação do grupo é Eddi Mc, Nino Rap, Andrea Wolff, César Belieny e Ed Esteves.
Rumbora Formada por Beto (voz/baixo), Alf (voz/guitarra), Biu (guitarra) e Bacalhau (bateria), a banda brasiliense Rumbora pertence ao seleto elenco da gravadora Trama. Um detalhe interessante é que todos os integrantes nasceram em 1971 e o primeiro estúdio da banda funcionou numa casa número 71, o que acabou originando o nome do primeiro CD, "71". Depois disto, os músicos lançaram o disco "Exército Positivo Operante".
DJs Autoload A dupla formada pelos produtores Érico Theobaldo e Marcos Kuru produz um som que mistura drum’n’bass e hip hop. No ano passado, os DJs foram convidados a participar da coletânea "Step One", da Low Tone.