Nascido em 1400 em Nápoli, na Itália, Pulcinella espalhou-se pela Europa a partir de 1600, e de lá ganhou o mundo. Na Inglaterra seu nome é Punch, na França, Polichinelle; na Espanha, Don Cristobal; os portugueses chamam de Don Roberto; os russos, de Petruska; os húngaros, de Laslo e os alemães, de Kasperl.
Ontem, esse personagem universal chegou a Curitiba para o 10º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, do Centro Cultural Teatro Guaíra, trazido pelo grupo Salvatore Gatto, com a peça "Pulcinella che Passione", apresentada no Teatro José Maria Santos em duas sessões. Hoje, a peça "Pulcinella 500 Anni Portati Bene", também terá duas apresentações, às 15 horas e às 17 horas, no mesmo teatro.
Segundo o líder do grupo Salvatore Gatto, Pulcinella é o personagem vivo mais antigo do mundo. "Nem homem nem mulher, Pulcinella é o ser humano, com seus medos, alegrias e frustações. É o homem confrontando-se com seus demônios e virtudes, como sempre ocorreu, sem questionamentos de bem ou mal."
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No espetáculo de hoje, "Pulcinella 500 Anni Portati Bene", aparece a interferência da sociedade, da política e da igreja na vida de Pulcinella. "Vivendo há 500 anos, e estando perfeitamente bem física e emocionalmente, Pulcinella trava uma batalha com a ganância, com o poder, com a corrupção. O personagem se enriquece com a diversidade do ser humano, é a favor das diferenças e das minorias", adianta Gatto.
Além dos italianos, os estrangeiros que já estrearam no Festival, foram os húngaros do grupo Mikropódium, com a peça "Stop", e os holandeses do Stuffed Puppet Theater, com a peça para adultos, "Molière". Amanhã, os americanos da companhia Sandglass Theater, estréiam "Autumn Portraits", no Teatro José Maria Santos.
Em "Stop", o que chama a atenção é o tamanho reduzido dos bonecos. Criados pelo próprio diretor András Lénárt a partir de diversas experiências, os bonecos têm construção única. Mesmo tão pequenos, os bonecos executam movimentos delicados e singelos, que encantam tanto crianças quanto adultos.
O diretor holandês Neville Tranter inspirou-se no dramaturgo francês Molière para montar a peça homônima. Usando as tradições da Commedia dell'Artem o espetáculo faz uma sátira das ambições artísticas e da própria vida, numa montagem direcionada para o público adulto.