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Roqueiros conquistam espaço na Oficina de Música

Redação - Bonde
23 jan 2002 às 13:52

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O som pesado das baterias e guitarras ecoa pelos corredores do subsolo do Colégio Marista Paranaense, onde acontece a 10ª Oficina de MPB. É o Núcleo de Rock, uma das novidades do evento. Sob responsabilidade dos professores Endrigo Bettega e Mário Conde, o núcleo teve imensa procura por parte dos alunos, o que deve garantir a sua permanência nas próximas edições da oficina.

Bettega, responsável pela classe de bateria que conta com 20 alunos matriculados, diz estar surpreso e até "emocionado" com a excelente aceitação. "Também é surpreendente a desenvoltura dos alunos e a concepção que eles têm em relação a atitude e história do rock", elogia. A idéia, diz ele, é criar um público específico dentro da Oficina de MPB. "Rock também é música e quanto maior for o leque de opções dentro da oficina, melhor", justifica o baterista.

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Influenciado pelo rock de Neil Peart (Rush), Ian Peace (Deep Purple) e John "Bozzo" Boham (Led Zepelim), Bettega aproveita suas aulas para comentar e analisar um vasto material didático, além de executar algumas obras, unindo teoria e prática. Sua proposta é trazer aos alunos explicações sobre a evolução do rock, desde suas raízes até hoje.

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Com 47 trabalhos gravados em estúdios (38 no Brasil e 9 no exterior), Bettega também aborda em suas aulas variadas técnicas de gravação, afinação e microfonagem.

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Na sala ao lado, o professor da turma de guitarra, Mário Conde, fala sobre a necessidade de acabar definitivamente com o preconceito e perceber o quanto a MPB recebe influências do rock, do jazz e de outros estilos musicais.
Conde iniciou seus estudos em teoria, harmonia e contraponto com o maestro Jaime Ribeiro. Integrou o Projeto Pixinguinha e o grupo Sotake, com o qual participou do Free Som, uma eliminatória do Free Jazz Festival. Com o mesmo grupo, fez uma série de concertos na Suiça, incluindo festivais de Monteux e de Freeburgo.


Ao lado de Endrigo Bettega e Mauro Martins formou o Trio Impacto Impar, registrando seu primeiro CD em Genebra. Ainda na Suíça, acompanhou diversos artistas em turnês e gravou com Diana Miranda, Mayco Pagnano e Vic Pits.

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De volta ao Brasil, integrou o grupo Tocaia, com o qual gravou CD, participou de diversas oficinas de música e acompanhou grandes nomes da MPB instrumental como: Carlos Malta, Ademir Cândido, Roberto Sion, Robertinho Silva entre outros.


Ele explica que guitarra e bateria foram as escolhidas para inaugurar o núcleo devido a força que exercem numa formação de rock. "Pode reparar como os destaques numa banda são sempre estes dois instrumentos", diz. A expectativa para as próximas edições, entretanto, é de que haja novas opções de classes para os roqueiros.


Uma curiosidade nesta primeira edição do Núcleo de Rock é a absoluta maioria masculina entre os alunos. São 31 homens e uma única mulher matriculados. "O rock´n roll está aberto também para as mulheres", brinca Conde.

A única aluna, que freqüenta as aulas de bateria, é a curitibana Thayse Luchetta. "Não tenho banda e nem sou roqueira, estou aqui pela curiosidade e pelo fascínio que tenho por baterias", explica ela. Thaise estuda regularmente canto e piano.


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