O Museu Oscar Niemeyer (MON) abre a temporada brasileira da exposição "Sonhando de Olhos Abertos - O Dadaísmo e o Surrealismo" na Coleção de Vera e Arturo Schwarz, procedente do acervo do Museu de Israel, em Jerusalém.
Nela estão obras que mostram as raízes dos movimentos dadaísta e surrealista. A mostra só poderá ser vista em Curitiba, até o dia 29 de agosto, e em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake.
"É uma rara oportunidade para conhecer o desenvolvimento de dois importantes movimentos da história da arte do século XX, sob a visão particular de um colecionador que, pessoal e ativamente, participou dos movimentos", afirma o curador convidado Luis R. Cancel, que assina a concepção da mostra com a curadora Tamar Manor -Friedman, do Museu de Israel.
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Das 750 obras de arte da Coleção Schwarz, doadas ao Museu de Israel, foram selecionadas para a mostra 234 peças. Entre elas estão obras significativas de Marcel Duchamp, Max Ernst, Man Ray, Jean Arp, Raoul Hausmann, Francis Picabia e Kurt Schwitters, como representantes do Dadaísmo.
Eles exemplificam elementos típicos do movimento: o acidental, o absurdo, o protesto e a crítica. Somente de Duchamp e Man Ray -dois mestres do Dadaísmo e do Surrealismo- há 75 obras.
Há também os chamados ready-mades ("prontos para usar") de Duchamp, que o artista criava apenas transferindo os objetos do contexto utilitário para o estético. O princípio fundamental desse tipo de arte era o de que a criação artística não dependia de regras estabelecidas, nem da habilidade manual.
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Alguns dos autores que integraram o surgimento do Surrealismo, iniciado nos anos 20 e 30, estão obras de André Breton -considerado o papa do movimento-, Joan Miró, Yves Tanguy, André Masson, Max Ernst e até Picasso. Além de outros que aderiram ao movimento antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), como Victor Brauner, Wifredo Lam e Matta. Assim como os mestres Duchamp e Man Ray, que deixam o Dadaísmo e migram para o Surrealismo.
Há ainda obras de reconhecidos mestres da arte, como Francisco Goya, Paul Gaugin e William Blake, que são tidos como os antecessores dos movimentos. A peça mais antiga, de autoria do alemão Albrecht Dürer, data de 1496.
Breton preconizava que os elementos do Surrealismo sempre existiram e vão existir. Segundo o curador Luis R. Cancel, os antecedentes ilustram essa teoria. "Breton dizia que era preciso ver a realidade da vida com olhos que utilizem o consciente e o inconsciente", ressalta Cancel.
Importante destacar também a participação feminina em ambos os movimentos, representadas pelas obras de Claude Cahun, Remedios Varo, Kay Sage, Dorothea Tanning e Meret Oppenheim. Neste núcleo, as obras exemplificam a variedade de métodos utilizados pelos artistas para liberar suas imaginações do domínio da consciência crítica.
A exposição itinerante está subdividida em seis tópicos: Dadá, Marcel Duchamp e Man Ray, Mouvement Flou, Precursores, Surrealismo e Cadáveres Exquis (deliciosos). Os curadores buscaram conceber uma mostra em que todos os meios de expressão utilizados no Dadaísmo e no Surrealismo estivessem representados.
Assinadas por 20 dos principais artistas representantes dos dois movimentos, há pinturas, esculturas, objetos, desenhos, gravuras, colagens, fotografias, livros de arte e outras publicações, além de itens variados referentes aos artistas.