Os fãs de Ana Carolina podem se dar por satisfeitos - hoje a moça sobe ao palco do Guairão para cantar 14 composições suas e outras sete que vão de Herbert Vianna a Carlinhos Vergueiro. O mais novo sucesso discográfico não vem atrelado àquela mania de grupos (pagodeiros ou não), sabe o que quer e foge à facilidade mercadológica.
A mineira Ana Carolina, 26 anos, antes de chegar à fama quatro anos atrás, conheceu as mais diversas platéias em suas andanças pelas cidades mineiras e serranas do Rio de Janeiro. Foi de um extremo a outro: num pub em Tiradentes cantou para quatro pessoas e num show de abertura para o espetáculo do maestro Ray Conniff teve à sua frente 4 mil pessoas.
Seu repertório era a MPB e o ídolo maior, Chico Buarque de Hollanda. Certa noite estava a cantora ocupando o microfone do bar Mistura Fina, no Rio, sem saber que na platéia estava Luciana de Moraes, filha de Vinícius. Ao final de sua apresentação a moça pediu-lhe alguma demo. Ana Carolina tinha somente uma fita cassete com sete músicas gravadas ao som do violão.
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Foi o que bastou para que duas semanas depois estivesse assinando contrato com a BMG. O disco chegou às lojas e o sucesso catapultou a moça para as paradas. Ali tinha Chico e Edu Lobo ("Beatriz") e com Tom Jobim ("Retrato em Branco e Preto"), Lulu Santos, Arnaldo Antunes e Totonho Villeroy, compositor gaúcho autor de "Garganta", a música mais executada do CD. Foram vendidas mais de 100 mil cópias.
Ana Carolina está em fase de divulgação de "Ana Rita Joana Iracema Carolina", o segundo disco que no título presta homenagem a Chico Buarque (mais uma vez ele). Os nomes femininos são uma alusão carinhosa que ela faz às canções do compositor que hoje é seu fã: "Ana de Amsterdã", "A Rita", "Joana Francesa", "Iracema Voou" e "Carolina".
"Acho que o Chico é o cara na música brasileira que melhor cantou as mulheres, então faço essa referência. Na letra de "Violão e Voz" eu lembro "Samba e Amor", dizendo que faço "samba e amor a qualquer hora", diz a moça.
O show reúne músicas dos dois lançamentos da mineira de Juiz de Fora que costura as diferentes etapas do espetáculo com frases de fortes personalidades femininas como Margareth Tatcher, as poetas Ana Cristina César e Elisa Lucinda. Entre as canções foi buscar nos anos 50 "Que Será", enorme sucesso na voz de Dalva de Oliveira. Em suas leituras e releituras, tem espaço para todas as mulheres.
Serviço: "Ana Rita Joana Iracema e Carolina", show de Ana Carolina. Dia 21, às 21 horas, no Guairão. Ingressos: R$ 25,00 (preço único). Não serão aceitos cheques.