Luiz Felipe Scolari não tem dúvidas de que o Palmeiras fará frente a Santos, Corinthians e São Paulo na fase decisiva do Campeonato Paulista. Em entrevista exclusiva, nesta quinta-feira (31), na sede do Grupo Estado, o treinador defendeu seu elenco, disse que não é à toa que o time ocupa a liderança e que tem sim feito algumas combinações na folha de pagamento do departamento de futebol para poder ter margem de contratação, uma vez que o dinheiro para reforços está curto. Ao falar sobre estes assuntos, ele pediu paciência ao torcedor palmeirense.
"Temos um grupo, com boas peças como o Valdivia e o Kléber. Admito que depois do Criciúma, esse é o trabalho mais difícil que assumi. Temos um grupo que não reclama de nada e que quer vencer. O Kléber é fantástico, mas tento mostrar para a direção que ele precisa ter alguém ao seu lado. E o Valdivia, que agora tenho controlado mais em relação às contusões, marca muito mais do que a torcida pensa. Os outros times podem ter melhores opções de banco, um elenco mais harmônico, mas, como disse, se estamos na liderança alguma coisa temos de bom, não podemos ser tão ruins assim", afirmou o treinador, para depois lembrar que hoje não tem um substituto à altura de Kléber.
"Temos disciplina tática e disposição. Mas se amanhã eu perder o Kléber, como fico? Tenho o Vinícius, de 17 anos; tenho o Dinei, machucado; tenho o Miguel, de 18 anos, que nunca jogou no profissional. Como posso pedir a eles para que façam gols se nem sequer saíram das fraldas? Aí você vai para o Brasileiro e pega Cruzeiro, Inter, Grêmio... Bom, para o Brasileiro, já temos o Maikon Leite, que é bom, joga pelos dois lados. Se a gente tiver mais um...", pediu.
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Scolari revelou também o motivo da não contratação do atacante Adriano, que foi para o Corinthians. "Fiz duas reuniões com ele e conversei uma vez com a mãe dele. Era setembro ou outubro. Foi antes das eleições no Palmeiras. Depois que o presidente (Arnaldo) Tirone foi eleito, a diretoria me disse que o clube não tinha condições financeiras para isso", admitiu.
Em seguida, o comandante revelou que o clube esteve próximo de contratar Leandro Damião, do Internacional, que atuou pela seleção brasileira no amistoso contra a Escócia, no último domingo, em Londres. Felipão lembrou que o jogador seria a opção de atacante alto e de boa presença na área que o treinador vem pedindo para a diretoria palmeirense contratar.
"Quase tivemos um. Era o Leandro Damião. Quase deu. Hoje, está mais difícil. Não temos dinheiro e então temos de fazer acordos, trocas, vender um e emprestar outro. É preciso ter um investidor para contratar alguém de fora. Mas para comprar um mais ou menos eu não quero. Não vale a pena. Temos o Dinei, que está se recuperando e já teve o seu contrato renovado. Você pode dizer que o Dinei não é o Pelé, e não é mesmo, não é uma maravilha, mas é um centroavante, que cabeceia bem e ajuda o Kléber", analisou.
Felipão ainda comentou sobre a atual situação política do clube, que está interferindo na construção da Arena Palestra. "O problema é a briga em torno dessa obra. Cada um tem uma ideia, vai, não vai... Para o futebol, o bom era que o presidente fosse meia hora por dia ao treino e depois pudesse dizer ''gostei disso, não gostei daquilo''...", opinou o comandante, para depois criticar o racha que existe entre os dirigentes do Palmeiras.
"Não dá para a cada dois anos a ala verde querer tomar o poder da ala branca, e um ficar contra o outro. É preciso ter uma sequência. Temos de ter uma política de planejamento para dois, três anos. Se tem de enxugar, enxuga. Mas tem de avisar a torcida para ter paciência", enfatizou.