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Polícia

Adriano rebate acusação e nega ser autor do tiro

Agência Estado
26 dez 2011 às 19:47

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O atacante Adriano, do Corinthians, concede entrevista na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), na zona oeste do Rio de Janeiro - WALLACE TEIXEIRA/AE
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Depois de dois dias e meio de silêncio, o atacante Adriano veio a público na noite desta segunda-feira para negar que tenha dado o tiro acidental em Adriene Cirylo Pinto, na madrugada do último sábado, à saída de uma boate na zona oeste do Rio. A jovem de 20 anos foi atingida na mão esquerda quando estava dentro do carro do jogador do Corinthians e o acusa de ter sido o responsável pelo disparo.

No momento do tiro acidental, havia seis pessoas no carro: a vítima, o jogador, outras três mulheres e o tenente da reserva da PM Julio Cesar Barros de Oliveira - este último é o dono da arma. "Quando acontecem as coisas com Adriano, aumentam muito. Quero olhar nos olhos dela e perguntar se eu fui o autor do disparo", disse o atacante do Corinthians, durante a sua primeira entrevista sobre o caso, nesta segunda-feira, antes de prestar depoimento na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, no Rio.

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Adriano parecia constrangido com o mal-estar e disse acreditar que o fato não vai afetar sua permanência no Corinthians. "Eu garanto que eu vou continuar", avisou o atacante. Ao ser indagado sobre a irritação de dirigentes do clube com a repercussão do escândalo, ele tentou demonstrar serenidade. "Até agora estou muito tranquilo", afirmou. Diante da insistência sobre a possibilidade de rescisão de seu contrato, declarou que conta com o apoio da diretoria corintiana. "Conversei com o presidente, está tudo bem."

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Na entrevista, pouco antes do depoimento ao delegado titular da 16ª DP, Fernando Reis, Adriano disse que estava no carro com o tenente e duas amigas, quando um conhecido pediu que eles dessem carona a outras duas mulheres - uma delas seria Adriene. "Nunca tinha conversado com ela, só a tinha visto dançando num camarote", contou o jogador, referindo-se à boate Barra Music, onde o grupo se reuniu. "Foi má fé dela em fazer a acusação. Eu até tirei a camisa, enrolei a mão ferida e a ajudei a ser colocada em outro carro para que fosse levada ao hospital."

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Adriano reforçou que estava no banco do carona, ao lado do motorista (o tenente da reserva Julio Cesar Barros de Oliveira), no instante em que houve o disparo. Com exceção da vítima, todos os outros ocupantes do carro confirmam essa versão do jogador, sendo que a perícia feita pela Polícia Civil já concluiu que o tiro foi dado por alguém que ocupava o banco de trás do veículo.


De acordo com o delegado, acareações entre Adriene e os envolvidos no caso, principalmente Adriano, devem ser feitas na quarta-feira. Ele recebeu informações de que a jovem baleada, que deve ter alta do hospital nesta terça, tem histórico recente de "vítima" em três outras ocorrências - relacionadas à ameaça, lesão corporal e ao crime conhecido como o da saidinha de banco. "Isso é um dado importante para as investigações, mas não é determinante. Não podemos partir do princípio de que ela esteja mentindo. Mas alguém está", declarou Fernando Reis.


O delegado esclareceu que se a versão de Adriene for verdadeira, o jogador do Corinthians responderá por crime de lesão corporal (3 meses a 1 ano de detenção) e também de fraude processual (6 meses a 4 anos) - delito que seria extensivo às demais pessoas que ocupavam o carro. Por outro lado, se for comprovada que a mentira partiu da vítima do tiro acidental, ela será denunciada por crime de denunciação caluniosa, que prevê pena de reclusão de 2 a 8 anos.

Acompanhado de seu advogado, Ivan Santiago, Adriano foi enfático ao dizer que não vai pagar as despesas médicas de Adriene, que deverá passar por cirurgia nesta terça-feira, no Hospital Barra D''or, para reparar o dedo atingido pela bala. "Antes, eu pensava em arcar com os custos. Agora, depois de tanta mentira dela, não vou pagar mais nada", disse o jogador.


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