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Rivalidade

Argentina supera Brasil em exportação de jogadores

BBC Brasil
17 set 2010 às 12:49

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Depois de mais de dez anos como maior exportador mundial de jogadores de futebol, o Brasil foi superado pela Argentina, segundo um estudo de uma consultoria em marketing esportivo.

De acordo com uma pesquisa da Euroamericas, a Argentina vendeu 1.716 jogadores de futebol em 2009, contra 1.443 saídos do Brasil.

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O "êxodo de estrelas" teve início em 1995, quando a maior parte das ligas europeias reduziu as restrições no número de estrangeiros em cada time. Desde então, o número de jogadores argentinos comprados no exterior aumentou em 789%.

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A grande maioria dos jogadores – 81,4% – foi para ligas europeias. O resto foi comprado por mercados considerados emergentes no futebol, como Arábia Saudita e Emirados Árabes.

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Talentos jovens


A consultoria afirma que o resultado do estudo reflete a política dos clubes argentinos de vender jogadores cada vez mais jovens.

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"Nos últimos cinco anos, notamos que a maioria dos transferidos não chega sequer à primeira divisão argentina. São menores de idade saídos das categorias de base", disse à BBC Gerardo Reyes, diretor da Euroamericas.


O caso mais conhecido é o do astro Lionel Messi, vendido ao Barcelona ainda na adolescência. Ele bateu diversos recordes: o mais jovem jogador da liga espanhola, aos 16 anos, e também o mais jovem a marcar um gol no campeonato.

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A venda de jogadores jovens é polêmica na Argentina. Alguns críticos dizem que isso enfraquece o campeonato nacional argentino.


O empresário Ramón Maddoni – responsável por descobrir talentos argentinos como Carlos Tévez, Juan Pablo Sorín e Fernando Gago – acredita que os jogadores nacionais deveriam ter, quase como exigência profissional, pelo menos um ano de experiência na primeira divisão argentina.

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"Muitos dos jogadores que administrei jogaram uma ou duas temporadas antes de imigrarem, e isso os ajudou muito a se destacarem em ligas tão exigentes como a espanhola e a inglesa", disse ele à BBC.


"Não se pode vender um jogador tão jovem antes de ele conhecer primeiro o seu próprio futebol."

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Para os clubes, muitos deles afundados em dívidas milionárias, as vendas internacionais se transformaram no principal recurso financeiro.


"Eles agem por um conceito de 'aqui e agora': se têm uma oferta de um clube estrangeiro, eles não recusam, pois não sabem se em um ou dois anos o jogador valerá o mesmo. Ele pode vir a valer mais ou menos, mas não se pode arriscar", disse Reyes.

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Em ligas europeias, a principal receita dos clubes é com direitos de televisão, marketing e com o quadro de sócios. No entanto, os times argentinos dependem da venda dos seus talentos.


"Cada ano, as equipes argentinas têm nos seus orçamentos a venda de um jogador, que acaba sendo parte do patrimônio do clube que o descobriu e o comprou no mercado local", disse à BBC Ernesto Cherquis Bialo, porta-voz da Associação Argentina de Futebol (AFA).


Nesse tipo de negócio, quase todos saem ganhando – os clubes, os donos do passe, os intermediários e o próprio jogador, que leva 15% do valor da transação.


Os clubes que revelaram os craques também embolsam uma parte do dinheiro, assim como a AFA. Em 2009, a associação arrecadou US$ 3,5 milhões só com os 3% que a entidade tem direito.


Maddoni ressalta que para o negócio dar certo, é preciso investir muito tempo e trabalho para achar e formar os craques.

"Precisamos nos convencer de que é com muito trabalho nas divisões inferiores que realmente se forma jogadores de exportação", disse o experiente empresário, que trabalha há 35 anos revelando craques.


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