O pesadelo alemão com o qual convivem milhões de brasileiros desde o vexame protagonizado pela Seleção Brasileira no Mineirão poderá ficar em segundo plano no próximo domingo: a Argentina está na final da Copa do Mundo disputada em solo brasileiro! Tal feito foi alcançado nesta quarta-feira, diante da Holanda e com uma vitória, nos pênaltis, por 4 a 2, após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar a na prorrogação, na Arena Corinthians, em São Paulo.
A data desta vitória não poderia ser mais simbólica: Foi em um 9 de julho, mas no longínquo ano de 1816, que as então Províncias Unidas do Rio da Prata (ou Províncias Unidas na América do Sul), que dez anos depois se transformariam na Argentina, declararam independência da coroa espanhola. O triunfo, combinado com a vaga na final do Mundial no Brasil, também serve como homenagem para Alfredo Di Stéfano, um dos maiores nomes do futebol argentino, falecido na última segunda.
Diante da Alemanha, no próximo domingo e no mítico Maracanã, a Argentina terá de superar sua algoz recente em Copas. As eliminações de 2006 e 2010 foram para o time que, agora, conta com Müller & Cia. E ainda será a terceira final de um Mundial entre as duas seleções. Em 1986, Maradona fez a Alemannha ser bi. Já em 1990, a tri Alemanha deu o troco. Quem levará agora? Sobrou para a valente Holanda o duelo diante do Brasil, valendo o terceiro lugar da Copa, no sábado.
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O JOGO
Uma arrancada de Robben do campo de defesa holandês ou o mesmo com Messi sendo Messi e passando por vários marcadores? Nenhuma dessas possibilidades foi vista no primeiro tempo de Holanda x Argentina. Sobrou vontade para os comandados de Van Gaal e Sabella na Arena Corinthians. Mas faltou espaço para a imprevisibilidade dos craques do duelo. Messi até tentou, buscou o jogo e, aos 15 minutos, cobrou falta com perigo para a defesa de Cillessen. Mas transpor o esquema de três zagueiros e dois volantes não foi simples. Já Robben sofreu para receber a bola em condições de ser o jogador decisivo que vem sendo. Não foi fácil para eles.
A Argentina, principalmente com Lavezzi sendo auxiliado por Messi, tomou conta do lado esquerdo da marcação holandesa, que não tinha Kuyt como lateral-esquerdo desta vez. O atacante atuou na lateral direita e, com isso, quem sofreu para acompanhar os avanços argentinos foi Blind. A Holanda até ensaiou uma certa pressão, mas não manteve o ímpeto, viu a Argentina ter mais posse de bola (53% contra 47%) e finalizar mais: foram três arremates contra apenas um. A verdade é que faltou futebol na primeira etapa.
Van Gaal, ciente do volume de jogo argentino pela esquerda da defesa holandesa, trabalhou: Janmaat ingressou no jogo, para a saída do zagueiro Martins Indi. Com isso, Kuyt voltou a atuar na lateral esquerda e Blind passou a ser o terceiro zagueiro. Mudança que evitou os constantes avanços da Argentina. Como nova tática, a Argentina adiantou a marcação, pressionando a saída de bola rival. Só que a finalização não acontecia.
A disposição tática da Holanda proporcionava espaços para Robben fazer a diferença. Ele foi mais participativo. No entanto, lhe faltava companhia. Sneijder não colaborava. A Argentina só conseguiu levar perigo aos 28 minutos, quando Higuaín, antes de ser substituído, finalizou na rede, mas pelo lado de fora – em jogada que seria anulada por impedimento. Messi, por sua vez, passou a decepcionar até na bola parada. Mesmo com esse cenário, o jogo quase não foi para a prorrogação. Aos 45, Robben recebeu e finalizou. Antes de a bola ir para o gol de Romero, Mascherano salvou a pátria argentina. Literalmente. O destino do duelo era, de fato, a prorrogação.
A tática da Argentina durante o primeiro tempo da prorrogação foi nítida: chamar a Holanda para o seu campo para, assim que ficar com a bola, partir para o contra-ataque, já tendo Palacio e Agüero e campo – ambos entraram aos 36 minutos da segunda etapa. Com mais posse de bola, a Holanda tentou transpor a eficaz marcação rival. Trocas de passes, tentativas de infiltração e... nada. A Argentina, por sua vez, não teve o contra-ataque desejado. Já no segundo tempo, a Argentina, sem o receio dos primeiros 15 minutos, teve as duas melhores chances. Ambas graças a Messi. Mas Palacio, em cabeceio sem força, e Maxi Rodríguez, desperdiçaram.
OS PÊNALTIS
Quis o destino que a classificação argentina viesse nos pênaltis. O zagueirão Vlaar perdeu o primeiro, deixando Messi tranquilo para abrir a contagem argentina. Robben e Garay converteram, mas Sneijder perdeu outro para a Laranja Mecânica. Agüero fez o terceiro dos hermanos, Kuyt o segundo da Holanda e a vaga na final veio com Maxi Rodríguez, o responsável por converter a quarta penalidade argentina.