Promotora da etapa de Brasília da Fórmula Indy, que seria realizada em março e acabou sendo cancelada na semana passada pelo governo do Distrito Federal, a TV Bandeirantes divulgou nesta terça-feira uma nota oficial em que volta a reclamar do que classificou mais uma vez como "cancelamento unilateral" do evento pelo governador Rodrigo Rolemberg, por meio da estatal Terracap, agência de desenvolvimento do Distrito Federal. Além disso, garantiu que adotará "providências legais" para ser
"O governador Rodrigo Rolemberg, por meio da estatal Terracap, determinou o cancelamento da prova, sem qualquer pré - aviso e sem dar qualquer oportunidade de manifestação da Band, pondo a perder tudo aquilo que seria herdado pelo contribuinte do Distrito Federal".
A Band destaca que a decisão deixa o Autódromo Nelson Piquet sem condições de ser utilizado, além de avaliar que o governo do Distrito Federal desperdiça a oportunidade de permitir o surgimento de empregos e aumentar a sua visibilidade. "Agora, o autódromo de Brasília está demolido, sua pista está semi-asfaltada e sem qualquer perspectiva futura. Além de gerar empregos e movimentar a economia local, o evento cancelado seria visto em cerca de 120 países".
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Além disso, a Bandeirantes avisa que vai buscar a Justiça para ter o seu prejuízo com o cancelamento compensado. "A Band está adotando as providências legais cabíveis, inclusive para ressarcir seus prejuízos. Agradecemos o apoio dos parceiros que, assim como a emissora, investem no esporte e acreditam na capacidade dos brasileiros de realizar grandes eventos".
A nota oficial também reitera que os torcedores que adquiriram ingressos - 15 mil, segundo a Bandeirantes - serão reembolsados. "Um terço dos ingressos acabaram logo nas primeiras horas. As cerca de 15 mil pessoas que compraram o seu ingresso para a corrida e os treinos serão agora ressarcidas".
Rememorando os passos do processo que envolveu a definição da entrada de Brasília no calendário da Fórmula Indy, a Bandeirantes explica que foi procurada por Agnelo Queiroz, ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. E garante que a gestão de Rolemberg havia garantido o cumprimento do acordo para realizar a prova.
"Na segunda semana de janeiro, após a posse, o chefe da Casa Civil Hélio Doyle, falando em nome do governador Rodrigo Rollemberg, deu uma entrevista ao Jornal da Band onde 'garantia' a posição do governo: 'A realização da corrida de Fórmula Indy no dia 8 de março está garantida. O governador Rodrigo Rollemberg já havia se comprometido a dar sequência a esse contrato', afirmou".
O cancelamento da etapa de Brasília foi divulgado na última quinta-feira, em comunicado divulgado pela Bandeirantes. O governo do Distrito Federal considerou excessivos os gastos com a organização da prova.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios apontou diversas irregularidades no contrato firmado entre Terracap e a TV Bandeirantes para a realização da etapa da Fórmula Indy em Brasília. No documento assinado pelos promotores de Justiça Claudio João Freire, Cesar Augusto Nardelli Costa e Fábio Macedo Nascimento afirmou-se que a realização da prova no Distrito Federal seria lesiva ao cofres públicos.
O Distrito Federal passa por grave crise financeira, com reflexos como o atraso no pagamento de salários de funcionários públicos e fornecedores. Segundo o relatório, para receber a Indy em Brasília, o governo teria de gastar cerca de R$ 312 milhões para reformar o autódromo, ante os R$ 98 milhões estimados inicialmente.
O Brasil recebeu a Indy pela última vez em 2013, em um circuito de rua montado em São Paulo, em torno do sambódromo do Anhembi. O País ficou fora do calendário da competição no ano passado, o que se repetirá em 2015.
A etapa de 8 de março em Brasília marcaria a abertura da temporada, que agora terá 17 provas. Com o cancelamento, a primeira corrida do ano passa a ser a de São Petersburgo, na Flórida, em 29 de março. O Brasil tem dois pilotos inscritos para a temporada 2015 da Indy: Tony Kanaan, da Ganassi, e Hélio Castroneves, da Penske.