O atacante Alan Kardec, hoje no São Paulo, reafirmou na noite de segunda-feira que gostaria de permanecer no Palmeiras e que a "pechincha" do clube na negociação para renovar seu contrato o deixou magoado - a diferença final era de R$ 5 mil. Nesta terça, o diretor-executivo José Carlos Brunoro contestou as declarações:
- Em um contrato de quatro anos, ele não poderia abrir mão de R$ 5 mil se gostasse do Palmeiras? Não é uma quantia grande nem para ele e nem para o Palmeiras. E ele não nos deu a última palavra. Na última proposta, havia um montante X. Perguntamos se abririam mão de 50% desse montante. Não retornaram. Um atleta como o Alan abriria mão desse montante se tivesse esse amor todo pelo Palmeiras - declarou o dirigente, à Rádio Jovem Pan.
A redução de 50% citada por Brunoro era no valor das luvas pedidas pelo atacante. Em relação ao valor fixo de salários, Kardec aceitou uma oferta de R$ 220 mil, mas o clube mudou o valor para R$ 215 mil e irritou de vez o pai do atacante, que também é seu empresário. Kardec estava emprestado pelo Benfica (POR) até o meio do ano, e o Verdão iria comprá-lo. Com a falta de acerto, foi o rival quem adquiriu os direitos. - Senti muito pela postura do Alan, porque a gente recuperou o jogador. E se ele fala R$ 5 mil, poderia abrir mão também - acrescentou.
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- Não foi uma vez, foram três vezes. Ofereceram X e foi aceito. Em uma nova reunião, abaixaram e estaria fechado. Fomos para casa e depois, em uma nova reunião, teve outra redução. Isso chateou. É a maneira como foi tratado. No meio de uma negociação, veio uma pessoa e disse que estavam tentando trazer o Pratto (do Vélez). Ele está falando que está tentando trazer um cara para a minha posição, para ganhar muito mais do que estou pedindo, e estou aceitando receber aquilo que combinamos? Não foi uma vez aquela situação, foram três vezes. Isso chateou muito, doeu - explicou Kardec, ao Sportv.
Caso Barcos
Outro centroavante que deixou o Palmeiras nesta gestão foi o argentino Hernán Barcos, vendido ao Grêmio em fevereiro de 2013, poucos dias após Paulo Nobre ser eleito presidente. Brunoro, que coordenou aquela negociação, diz que sofreu:
- Foi a coisa com que mais sofri na minha vida, porque era ídolo do Palmeiras. Estávamos com quatro meses de fundo de garantia atrasado, salário atrasado e ele dizendo que não queria jogar a Série B. O que o Palmeiras podia fazer? Eu sabia o quanto ele era importante para a torcida, mas o Palmeiras tinha que tomar uma postura, porque podia perder o jogador a qualquer momento - defendeu-se.
Além de uma compensação financeira, o clube recebeu em troca o zagueiro Vilson, o volante Léo Gago, o meia Rondinelly e o atacante Leandro - só o último segue no clube, porque foi comprado por cerca de R$ 8 milhões em janeiro. O acordo previa um quinto jogador gremista por empréstimo, mas o negócio foi modificado:
- Era para ser o Marcelo Moreno (hoje no Cruzeiro), mas ele não quis vir e ficamos com 15% dos direitos econômicos. Quando for vendido, a gente recebe - completou Brunoro.