Com campanhas idênticas no Paulistão, Corinthians e São Paulo chegam para o clássico deste domingo, às 17 horas, no Pacaembu, pedindo paciência à torcida. No primeiro grande teste do ano, os dois rivais vêm de empates frustrantes e ainda esperam pela melhor forma de suas principais estrelas.
No Corinthians, o técnico Tite até mudou o discurso do ano passado e trocou a tal busca pelo "equilíbrio" pela "intensidade" em campo. Ele acredita que o time ainda está muito aquém do que pode render e criticou o empate por 1 a 1 contra o Mogi Mirim no último jogo. "Faltou objetividade de uma forma geral", avisou.
Após o segundo empate consecutivo no Paulistão, que deixou o Corinthians com 14 pontos, o grupo levou um puxão de orelha do treinador já no vestiário em Mogi Mirim. Depois, antes do treino da última sexta-feira, Tite reuniu todos os atletas para um papo mais sério.
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O técnico sabe que a dificuldade que a equipe demonstra nesses primeiros jogos da temporada está relacionada a má forma física de alguns titulares. Alex, Danilo, Liedson e Emerson: nenhum deles está 100% fisicamente. E o reforço que pode fazer a diferença, o meia Douglas, também não está bem.
Sem condições de jogar 90 minutos, o recém-contratado Douglas ficará como opção no banco de reservas neste domingo. Enquanto isso, o atacante Adriano continua fora de combate. O lado bom para o treinador é que sua defesa está completa para o clássico, com os retornos do zagueiro Chicão e do lateral Alessandro.
Além da briga pela ponta no Paulistão, vencer o clássico é importante por outro motivo. Será o último ensaio antes da estreia na Libertadores, marcada para quarta-feira, contra o Deportivo Táchira. Tite admite que uma competição está ligada a outra. Ele quer ganhar do São Paulo para, quem sabe, ir com moral para a Venezuela.
Tanto que foi descartada a ideia de entrar somente com reservas no clássico deste domingo, diante do risco de sofrer uma goleada antes do importante duelo na Libertadores. "Não ia poupar ninguém porque acredito em continuidade de um trabalho. Mas se pudesse mudar, eu não colocaria o clássico agora, porque podemos perder algum atleta. Se isso acontecer, temos outros e eles têm de estar preparados para entrar", avisou Tite.
No São Paulo, o técnico Emerson Leão vê o time com mais dificuldades do que o rival neste início de ano, por conta das profundas modificações no elenco em relação à última temporada. "O campeão brasileiro não está com o time em formação e nós estamos. Mas é obvio que, se tiver de apostar em um time, aposto no meu", afirmou o comandante são-paulino. "Espero muito mais dos meus jogadores, sei que podem dar mais técnica e fisicamente para o time."
Esta falta de condicionamento físico ficou evidente na última partida. No empate com o Comercial (1 a 1) em pleno Morumbi, que deixou o São Paulo com 14 pontos, os meias Maicon e Jadson saíram, cansados, ainda no intervalo. "São nossos jogadores mais técnicos e tiveram uma quantidade de erros de passe muito grande. Cansaram muito cedo e por isso foram substituídos", disse Leão.
A exemplo do que ocorreu com Tite no Corinthians no fim de 2010, Leão pegou o São Paulo apenas nas últimas partidas do Brasileirão do ano passado. Por isso, quer ser avaliado apenas quando tiver a equipe pronta. "Estamos no mês 2 (fevereiro), mas os jogadores só estarão preparados no mês 4 (abril)", afirma o são-paulino. "Clássico com trinta dias de trabalho ainda não representa a realidade das duas equipes."
O São Paulo terá neste domingo a volta do volante Wellington, que havia sido poupado na última rodada para não correr o risco de levar o terceiro cartão amarelo. Mas as apostas são-paulinas estão mesmo no talento do meia Lucas e na fase artilheira do atacante Willian José, que fez quatro gols nos últimos três jogos. As falhas defensivas, porém, têm dado sustos na torcida - no último jogo, os zagueiros Paulo Miranda e Rhodolfo bateram cabeça no gol de empate do Comercial.