O Coritiba pretende mostrar, no julgamento de terça-feira, na Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar o tumulto no fim do jogo contra o Fluminense, quando foi rebaixado para a Série B. E, mesmo assim, os torcedores, movidos por paixão, teriam passado por cima de qualquer medida. O Coritiba corre risco de perder o mando de campo de até 30 partidas e pagar multa de mais de R$ 600 mil.
Antes disso, haverá uma tentativa de adiamento do julgamento, sob alegação de que existem algumas provas que favoreceriam o Coritiba e que ainda estão sendo produzidas. Entre elas, o inquérito policial instaurado no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), de Curitiba, para o qual o clube alega estar dando todas as informações necessárias, inclusive auxiliando na identificação de pessoas. Também aguarda resposta de ofício enviado à Secretaria da Segurança Pública sobre o número de policiais destacados tanto para segurança interna quanto externa do Estádio Couto Pereira.
A defesa oral será feita pelo advogado José Mauro do Couto Filho, mas um grupo de advogados torcedores do Coritiba, com a coordenação do jurista René Dotti, está ajudando. De acordo com os advogados, por ter informação prévia de que poderia acontecer uma invasão, o Coritiba solicitou reforço no policiamento público e reforçou sua própria segurança particular, com 278 pessoas, quando no último jogo de risco, contra o Atlético Paranaense, tinha colocado 182.
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Para Dotti, o Coritiba é vítima.
"O desespero humano, a violência faz com que o amante se torne criminoso do objeto amado", afirmou. Para ele, é preciso ver quais providências podem ser adotadas para prevenir eventos daquela natureza. "Não podemos interditar uma praça pública ou uma rua por uma violência lá ocorrida", argumentou. "Punição exagerada para efeito de exemplarização, procurando demonizar a pessoa jurídica significa um atentado contra o direito do torcedor."