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CPI da Câmara quebra o sigilo de Juan Figger

Fernando Tupan - Folha do Paraná
15 dez 2000 às 09:08

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado quebrou o sigilo bancário e fiscal do Atlético Paranaense e do ex-presidente Mário Celso Petraglia devido à aproximação do clube com o empresário Juan Figger. A CPI desconfia que a venda dos jogadores Alberto, Lucas e Adriano para o Rentista e Central Espanhol (clubes semi-amadores, que mantêm parcerias com o uruguaio naturalizado brasileiro), ambos do Uruguai, foi realizada para driblar o fisco brasileiro.

Ontem foi a vez da CPI da Câmara aprovar a quebra do sígilo fiscal, bancário e telefônico de Figger, empresário que tem uma parceria sólida com o Atlético há mais de três anos. Ele é suspeito de sonegar o fisco e estar envolvido na falsificação de passaportes portugueses. Recentemente o centroavante Warley, o lateral-direito Alberto, e o meia Edu, negociados pelo empresário, foram flagrados na Europa utilizando passaportes falsos.

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Figger atualmente tem alguns jogadores no plantel atleticano. Os principais nomes são do volante Cocito, que deve ser titular da equipe no primeiro semestre depois das dispensas dos volantes Silas e Luís Carlos Goiano, e o zagueiro Gustavo, herói da conquista do Campeonato Paranaense de 2000.

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Em apenas um ano, o rubro-negro negociou lateral-direito Alberto, o meia atacante Adriano e o atacante Lucas com equipes européias. Mas na verdade eles não foram vendidos diretamente pelo Atlético aos times europeus. O trio antes de ser vendido para clubes do velho continente foi negociado com um desses clubes uruguaios e posteriormente renegociados com o Udinese, da Itália, e Olympique e Rennes, da França.

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Na época da venda do lateral, muito se especulou sobre o valor do seu passe, já que os dirigentes fizeram mistério sobre o real valor. Se falou em US$ 2 milhões, US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões. Recentemente descobriu-se um documento de transferência, em papel timbrado do Rentista, que dizia que Alberto foi para o Uruguai por US$ 1,725 milhão, incluindo os 15% que o jogador teria direito pelo passe.


Adriano, vendido por US$ 3,2 milhões para o Olympique, de Marselha, fez uma ponte no Central Espanhol. Já o centroavante Lucas, vendido por US$ 21 milhões, foi para o Rentista. O interessante que todos os atletas nem chegaram a se apresentar a esses clubes, que nem disputam o campeonato da primeira divisão uruguaia.

Na última quarta-feira, o Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI no Senado, explicou que essa prática de evasão fiscal era comum na maioria dos clubes brasileiros e citou o caso do meia Zé Roberto, que na época estava na Portuguesa de Desportos, de São Paulo, vendido para o Central Espanhol, de Montevidéo, por US$ 4,6 milhões e revendido no mesmo dia para o Real Madrid por US$ 9,980 milhões.


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