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Briga feia!

Cuspe de zagueiro marcou história da Libertadores durante pandemia

Folhapress
26 mar 2020 às 11:41
- Reprodução / Instagram
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Uma tentativa de cabeceio do atacante Sebastián Penco, do Everton (CHI), quando a bola já estava em domínio do goleiro Luis Michel, do Chivas (MEX), iniciou uma confusão dentro da grande área mexicana. Penco foi empurrado daqui, empurrado de lá, até que chegou o zagueiro Héctor Reynoso e cuspiu em seu rosto.

Penco deu pouca bola ao cuspe do adversário, que continuou perseguindo o atacante. Até que Reynoso assoou o nariz na direção do argentino. Primeiro a narina esquerda, depois a direita. Foi aí que, enfim, conseguiu a atenção de seu rival, irritado com o gesto.

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O caso, não fosse no contexto particular da Copa Libertadores de 2009, poderia ter passado batido, uma vez que não seria a primeira nem a última vez que um jogador cuspiria no outro em uma partida da competição. Mas naquela edição, marcada pela pandemia do H1N1, que mexeu com a estrutura do torneio, o cuspe de Reynoso acabou virando um símbolo.

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A partida entre Everton e Chivas, disputada em Viña del Mar, no litoral chileno, já estava cercada de preocupações em razão da chamada gripe suína. Isso porque o México era o país que havia registrado os primeiros casos de contágio e, àquela altura (29 de abril), a OMS (Organização Mundial de Saúde) já havia classificado a doença como pandemia.

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"Naquele momento, me deixaram louco [com o tema da gripe suína]. O que ele fez foi uma falta de classe, uma baixeza", diz Sebastián Penco à reportagem.


Penco diz que todos os jogadores do Everton tomaram injeções contra a gripe após a partida contra os mexicanos. Hoje aos 36 anos e atuando no Sport Boys, do Peru, o atacante não gosta muito de tocar no assunto.

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Reynoso afirmou que pediu desculpas a Penco, mas que o argentino não as aceitou. O zagueiro mexicano ainda afirmou que ele e sua equipe haviam sido maltratados no Chile, e sofreram preconceito, do hotel ao estádio, por conta do vírus que se alastrou em seu país.


"Foram as circunstâncias do jogo que me levaram a essa situação. Eu não estava doente, nem os meus companheiros. Apenas quis desconcentrar de alguma maneira o rival. Foi uma artimanha do futebol, como há tantas outras", contou Reynoso, na semana passada, em entrevista ao canal TUDN, do México.

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O empate em 1 a 1 naquela partida deixou o clube chileno fora do mata-mata e classificou os mexicanos às oitavas de final. Mas o Chivas, assim como o San Luis, não chegaria a entrar em campo de novo naquela Libertadores depois do jogo em Viña del Mar.


Chivas e San Luis seriam adversários, respectivamente, de São Paulo e Nacional (URU), que mostraram preocupação em viajar para o México durante a pandemia. O clube do Morumbi, inclusive, enviou um ofício à Conmebol, com a anuência de Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, pedindo que o confronto não fosse disputado em solo mexicano.

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Diante do impasse com relação à realização das oitavas de final, a Conmebol considerou alguns cenários. Uma das soluções pensadas foi a transferência dos mandos de Chivas e San Luis para os Estados Unidos ou para a Venezuela. Outra possibilidade envolvia a disputa de jogo único para definir o classificado.


Independentemente da resolução adotada, Héctor Reynoso já havia sido expulso da competição pelo cuspe e por assoar o nariz no adversário.
A federação mexicana, em princípio, sugeriu que as partidas fossem jogadas no México, só que com portões fechados. Contudo, no dia 8 de maio, a entidade, em acordo com Chivas e San Luis, anunciou a desistência dos dois clubes da Copa Libertadores.

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"Não aceitamos disputar apenas uma partida e não aceitamos mudar o local do jogo. A única coisa que aceitamos é seguir as regras", disse na época o presidente da entidade, Justino Compeán.


Com a saída dos mexicanos, São Paulo e Nacional ganharam classificação automática para as quartas de final da competição. Os são-paulinos caíram para o Cruzeiro, que foi à final e perdeu para o Estudiantes (ARG), enquanto os uruguaios enfrentaram o Palmeiras, conseguindo a classificação e perdendo para o Estudiantes na semi.

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A imagem do cuspe de Reynoso rodou o mundo e transformou Sebastián Penco em personagem global no universo do futebol. O argentino, inclusive, chegou a dar entrevista na época para o diário espanhol As sobre o tema.


Apesar da irritação com a confusão envolvendo o zagueiro mexicano, nada o deixou tão irritado quanto o empate em 1 a 1 naquele 29 de abril, que tirou o Everton da Libertadores diante de um adversário que não chegou a disputar o mata-mata.

"Livrei-me do muco [de Reynoso] com água e sabão, mas a eliminação não sai no chuveiro", disse Penco.


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