A oposição do São Paulo deve enfim ganhar uma chapa capaz de fazer frente ao grupo situacionista de Juvenal Juvêncio. O diretor jurídico do clube, Kalil Rocha Abdalla, entregou nesta terça-feira sua carta de renúncia ao cargo aos conselheiros e anunciou seu desejo de concorrer à presidência tricolor nas eleições do ano que vem. Desta forma, Marco Aurélio Cunha deve abrir mão de sua candidatura para apoiar a candidatura de Kalil e atuar como vice de futebol na próxima gestão são-paulina.
A novidade é mais um duro golpe para o grupo de Juvenal, tido antes como imbatível para o pleito. Os maus resultados em campo e o isolamento político começam a minar o cacife do dirigente, que ainda não tem um nome para indicar à sua sucessão. A leitura de Marco Aurélio é a de que o nome de Kalil tem maior penetração para conquistar votos no Conselho Deliberativo; deixar a cabeça da chapa nunca foi problema para o conselheiro, que sempre disse abrir mão da presidência se "outro nome de consenso surgir".
"Ainda é cedo para falar. Estamos caminhando nesse sentido, mas eu não apoiaria alguém que fosse da situação. Se estivermos juntos, é para ser oposição. Vamos aguardar, mas é uma tendência", disse Marco Aurélio à reportagem.
O afastamento de Juvenal e Kalil teve seu momento mais agudo quando Marco Aurélio procurou o ex-diretor para pedir ajuda na internação do ex-jogador Teodoro na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, da qual ele é provedor. O presidente ficou enfurecido ao saber do episódio e criticou asperamente Kalil, que em sua visão estaria apoiando Marco Aurélio.
Agora a dupla trabalha para conseguir viabilizar a candidatura para a eleição. Para atingir o objetivo, eles precisam ter o apoio de ao menos 55 dos 160 conselheiros vitalícios do clube e ninguém mais duvida que a chapa conseguirá alcançar o objetivo.