O técnico da seleção brasileira, Dunga, considera que o futebol brasileiro melhorou, um ano após o início da Copa do Mundo, em termos de infraestrutura. Se dentro de campo ainda não se vê evolução, com jogos fracos tecnicamente, muita polêmica e campeonatos que não empolgam o tempo todo, do lado de fora já é possível ver uma nova realidade, na opinião do treinador.
Para Dunga, atualmente os clubes demonstram mais atenção a fatores que contribuem muito para o resultado final de uma competição. "Os clubes começaram a ter centro de treinamento, estão se reorganizando, os estádios têm qualidade", analisa.
O que impede críticos e torcedores de perceberam o que melhorou, na visão de Dunga, é a pressa, além da resistência natural que as pessoas têm por mudanças. "No Brasil, nós queremos uma varinha mágica para resolver todos os problemas do dia para noite. E nós queremos que tudo mude ao nosso redor, menos eu", critica. "Eu sou o único certo. Não é assim, todos temos que mudar."
Leia mais:
Luxemburgo repensa futuro no futebol, mas diz: 'Sempre fiz gestão'
Com dupla em alta, Corinthians pode garantir vaga na Libertadores
Volante e meia se apresentam e Londrina EC treina com 19 jogadores
Palmeiras, Fla e Flu são cabeças de chave no Super Mundial de Clubes
Dunga dá como exemplo da resistência de alguns segmentos a imutável mania que os dirigentes têm de demitir treinadores quando os resultados não aparecem imediatamente. "Trocamos sete treinadores em seis rodadas (do Brasileiro). Temos que modificar o pensamento, as críticas e cobranças. Achamos que um treinador vai resolver todos os problemas em dois meses."
O técnico, no entanto, reconhece que há muita coisa por fazer, o que talvez justifique a ansiedade e o inconformismo das pessoas. "O futebol brasileiro melhorou. Ainda não é o que desejamos, mas demos alguns passos", comentou.