A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) enviou na manhã desta terça-feira uma mensagem aos capitães dos clubes da Série A em que apoia o manifesto assinado por 75 jogadores das Séries A e B do Brasileiro e sugere que os atletas levem em frente o movimento, usando, inclusive, uma greve neste Brasileirão para forçar mudanças no calendário.
- Mandei para todos os capitães um posicionamento que eles tenham sorte e coragem até o final deste movimento. Eles vão ter a oportunidade de sentar à mesa com CBF, TV Globo, federações e clubes e vão ver o quanto é difícil você mudar um quadro. Sentar à mesa com esses segmentos não é uma coisa fácil. Eles vão ter essa oportunidade, eu espero que eles tenham coragem de seguuir até o final. Um manifesto é um passo inicial, mas é muito pouco para fazer uma mudança. Um manifesto é importante? É. Mas o passo seguinte deve ser comunicar à CBF que se não houver mudanças imediatas no calendário já a partir de 2014, as duas últimas rodadas do Brasileiro não vão ser jogada, que irão fazer uma greve - disse Alfredo Sampaio, vice-presidente da Fenapaf e presidente do Sindicato dos Atletas do Rio.
O movimento encabeçado principalmente por Rogério Ceni, Alex e Paulo Baier revela a preocupação dos jogadores com as datas apertadas do futebol brasileiro do ano que vem, que pouco abrem espaço para pré-temporada e treinamentos. A Fenapaf teve duas reuniões com a CBF para garantir as férias de 30 dias dos atletas no final do ano, mas não houve um acordo fechado neste sentido. Assim, os jogadores decidiram agir por conta própria.
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- São dois sentimentos sobre isso: o primeiro de satisfação porque está havendo um movimento contundente dos atletas. Finalmente eles estão botando a cara. Acho que é importante essa iniciativa deles. Por outro lado,há o sentimento também até de tristeza, porque eles excluíram o sindicato disso. Até hoje, fomos nós que fomos lá para frente, para briga, conseguimos passe livre, direito de arena, Lei Pelé, uma série de coisas. Na hora que eles resolvem fazer um movimento conjunto, o sindicato é excluído. É um sentimento duplo de satisfação e tristeza, pois não há entendimento dos atletas de entender que quem representa a categoria é o sindicato - completou Sampaio.
Apesar da sugestão de greve feita pela Fenapaf, os atletas pediram um encontro com a CBF para debater a questão. A entidade máxima do futebol até o momento não se pronunciou sobre o pedido dos jogadores.