A secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, insistiu nesta segunda-feira que a luta contra o racismo é levada "muito a sério" apesar da dissolução da força-tarefa de que supervisionava as conduta e expressões discriminatórias no futebol.
A agência de notícias The Associated Press revelou no último domingo que a força-tarefa foi desmantelada depois que a Fifa disse a seus membros que a missão tinha sido concluída após três anos.
"A força-tarefa teve um mandato muito específico que acreditamos foi integralmente cumprido", disse Samoura na convenção Soccerex. "Suas recomendações agora foram convertidas em um programa, e sólido".
Leia mais:
Atlético-MG e Botafogo jogam pela Glória Eterna da Copa Libertadores
Argentina pede ordem e mobiliza 1.500 policiais para final da Libertadores
Londrina EC aposta em pré-temporada como diferencial em 2025
Vini Jr. disputa The Best contra Messi, aposentado e mais
Samoura foi nomeada em maio como a primeira mulher em um alto cargo no organismo gestor do futebol mundial, como parte de uma reestruturação sob o comando do presidente Gianni Infantino. A senegalesa, ex-funcionária da ONU, disse que sua "presença aqui é um forte testemunho de que para a Fifa, existe uma política de tolerância zero" contra a discriminação e de que é uma organização inclusiva.
Em resposta às críticas sobre o fim da força-tarefa, Samoura acrescentou que "podemos viver com apreciações, mas levamos muito a sério o nosso papel como o corpo governante do futebol mundial na luta contra a discriminação".
Antes de Samoura tomar a palavra na Soccerex, um político britânico criticou a decisão da Fifa de desmantelar a força-tarefa diante das preocupações crescentes sobre os racismo nos estádios da Rússia. No início deste mês, a Uefa ordenou que o clube russo Rostov feche um setor do estádio na partida da Liga dos Campeões da Europa contra o PSV Eindhoven na próxima quarta-feira como punição por condutas racistas de seus torcedores.
"Me preocupa, com a Copa do Mundo iminente na Rússia", disse Andy Burnham, ex-secretário do Esporte que trabalha como analista do Departamento do Interior britânico. "Nós não podemos ser complacentes e acreditar que ganhamos a luta contra o racismo no esporte".
A força-tarefa foi criada em 2013 por Joseph Blatter, então presidente da Fifa. Originalmente, era liderada por Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da entidade, que foi preso em 2015, como parte da investigação dos Estados Unidos sobre corrupção no futebol.
Webb, que se declarou culpado, foi substituído há um ano como presidente da força-tarefa por Consant Omari, líder da federação congolesa e membro do Conselho da Fifa.