A crise do Palmeiras parece não ter fim. Neste sábado, em um Canindé com poucos torcedores, o time completou um mês sem vitórias ao cair por 2 a 1 diante do Figueirense. Com o resultado, o a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari ficou estacionado na 13.ª posição do Campeonato Brasileiro, com 41 pontos, e segue distante de poder brigar por um objetivo maior, como por exemplo uma vaga na Copa Libertadores da América de 2012.
O último triunfo do Palmeiras aconteceu no dia 22 de setembro, quando bateu o Ceará por 1 a 0, no Canindé. De lá para cá a equipe acumulou três empates e três derrotas, fato que promete deixar o clima ainda mais tenso no Palestra Itália.
Já o Figueirense comemora situação inversa no Brasileirão. O time, que chegou aos 47 pontos e se igualou ao sétimo colocado Internacional na tabela, completou neste sábado o seu décimo jogo de invencibilidade. A última derrota da equipe comandada pelo tetracampeão mundial Jorginho aconteceu no distante dia 3 de setembro, quando caiu por 2 a 1 diante do São Paulo, em Florianópolis.
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Após o duelo deste sábado, o Figueirense tentará dar continuidade ao seu bom momento no Brasileirão no próximo dia 30, contra o Bahia, em casa, pela 32.ª rodada do Brasileirão. No mesmo dia, o Palmeiras terá pela frente o Atlético-MG, em Sete Lagoas, onde tentará encerrar o seu jejum.
O JOGO - Sem poder contar mais uma vez com o volante Marcos Assunção, que segue se recuperando de uma luxação no ombro direito, e com o atacante Kleber, afastado após conflito com Felipão, além do zagueiro Thiago Heleno, suspenso, o Palmeiras entrou em campo sonolento e sem vibração no Canindé. Com a marcação frouxa em seu campo de defesa, cedia muitos espaços para o Figueirense tocar a bola, enquanto o seu meio-campo pouco conseguia criar, com Valdivia isolado na armação de jogadas.
Apesar disso, com apenas três minutos Ricardo Bueno teve duas boas chances de marcar após duas bolas alçadas à área. Primeiro cabeceou por cima um cruzamento da esquerda e depois, após lindo passe de Valdivia, tocou por cima do gol, quando estava de frente para o goleiro Wilson.
Em meio a estes dois primeiros lances ofensivos, porém, o Palmeiras começou a mostrar sua fragilidade defensiva. Aos 2 minutos, Júlio César aproveitou uma bobeada da zaga e, em boa condição de finalizar, chutou mascado para a bola desviar em Maurício Ramos e sair.
A partir dali, o Figueirense passou a acreditar mais no gol, que não demoraria a sair. Aos 10 minutos, Wellington Nem invadiu a área pela direita, deu belo drible em Henrique e chutou forte no pequeno espaço que havia no canto esquerdo de Deola, que tentava fechar o ângulo.
O gol não mudou o panorama da marcação palmeirense, que deixava a equipe catarinense entrar tocando com facilidade em sua área. Aos 13 minutos, Juninho recebeu rebote de bola cruzada na área, passou fácil por Cicinho e chutou por cima do gol.
Aos 16, dois minutos depois de Chico dar o ar da graça no ataque em chute de fora da área agarrado por Wilson, foi a vez de Elias receber de Maicon e obrigar Deola a evitar o segundo gol do time visitante.
E o Figueirense não ampliou o placar aos 33 minutos pelo fato de que Deola mais uma vez apareceu com destaque, desta vez após chute de Maicon, em nova trama do ataque com Elias.
Insatisfeito com o que via em campo, Felipão resolveu sacar Maikon Leite e voltar para o segundo tempo com Tinga, para dar mais consistência ao meio-campo do Palmeiras, que estava refém apenas da criatividade de Valdivia.
E o Palmeiras começou a mostrar um pouco mais de força ofensiva, embora seguisse dando muitos espaços no setor defensivo. Mas, quando criava jogadas na frente, sofria com a falta de um finalizador. Na primeira delas, Henrique não soube aproveitar boa chance, enquanto Luan tentou a sorte em chutes de fora da área.
O Figueirense, um pouco mais defensivo do que na primeira etapa, continuava perigoso quando atacava. Logo aos 3 minutos, Júlio César completou com estilo um cruzamento da direita e obrigou Deola a espalmar para fora a bola que entraria em seu canto esquerdo
Já Valdivia, sumido no jogo, resolveu aparecer no ataque aos 17 minutos, quando fez boa jogada pela esquerda e finalizou para a bola desviar na zaga e passar com perigo à direita de Wilson, que dez minutos depois evitou o empate com boa defesa após bela finalização de Ricardo Bueno.
Com o seu time atrás no placar, Felipão resolveu tirar Luan e colocar Fernandão, enquanto Jorginho respondeu em seguida ao trocar Jônatas por João Paulo para dar mais poder de marcação ao Figueirense.
E, se as coisas já estavam difíceis para o Palmeiras, ficaram ainda mais complicadas aos 31 minutos. Como no primeiro gol, Wellington Nem fez nova boa jogada individual pelo lado da grande área, desta vez driblando Cicinho pela esquerda e cruzando para Júlio César, de primeira, tocar para as redes com Deola já batido no lance: 2 a 0.
Imediatamente após o gol, Felipão tirou Cicinho e colocou Rivaldo, apostando a sua última ficha para tentar melhorar a situação de um time sem alma em campo, enquanto a torcida palmeirense gritava "vergonha" nas arquibancadas.
A partir dali, o que se viu foi um verdadeiro martírio palmeirense, enquanto o Figueirense tocava a bola com calma, esperava o tempo passar e ainda levava perigo quando chegava ao ataque. Valdivia ainda tentou sua última investida em um chute de fora da área e Ricardo Bueno descontou o placar aos 47 minutos, ao completar de cabeça um cruzamento da direita de Tinga, mas já era tarde para qualquer reação naquele momento.