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Mudança!

Formação dos jogadores vira foco das propostas de nova lei para o futebol

Agência Estado
20 mar 2016 às 09:23

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- Bruno Cantini/ Atlético MG
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Em janeiro, em meio ao desmanche que tirou seis titulares do Corinthians, Tite chegou a fazer um apelo público para que Malcom, então com 18 anos, não fosse negociado. O técnico achava prematura a saída do atleta. Não adiantou.

O Bourdeaux, da França, pagou 5 milhões de euros (R$ 21 milhões) por Malcom. Ao Corinthians, restou-lhe somente 30% dos direitos econômicos do jogador, pouco mais de R$ 6 milhões. O restante estava nas mãos de empresários.

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Casos como esse se repetem em clubes brasileiros. Intermediários, empresários, representantes detém boa parte dos direitos econômicos do jogador antes mesmo de o atleta subir para o profissional.

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Equipes do País concordam que é preciso mudanças na legislação sobre a formação de jogadores. Para o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, é preciso colocar limites nesse mercado. "O direito de formação, com uma proteção em uma idade mais jovem, seria mais justo. Existe um investimento importante dos clubes no atleta. Tinha que ser mais rigoroso o controle na formação."

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Para Modesto Roma Júnior, presidente do Santos, clube que tem por tradição revelar atletas, os times não podem continuar reféns de empresários. "Eu acredito que os clubes podem manter um departamento de captação de olheiros para irem buscar os jogadores nos clubes. Não adianta ficar e continuar na mão desses gigolôs."


Quando um clube assina o primeiro contrato profissional com um atleta é comum que o jogador, ao invés de receber uma premiação (luvas) ganhe parte de seus próprios direitos econômicos. Estes são depois repassados a empresários. Há clubes também que oferecem parte dos direitos econômicos de jogadores jovens em alguma outra negociação, ao comprar um reforço, por exemplo.

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Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), que é relator do projeto da Câmara de uma legislação do futebol brasileiro, a nova lei precisa corrigir todos os problemas na formação dos atletas.


"Hoje há uma fragilidade grande dos clubes formadores. Quando um atleta faz 16 anos e assina seu primeiro contrato, via de regra os clubes se deparam com um procurador, dois advogados e a própria família já sendo assediada por alguém."

Já o advogado especialista em legislação esportiva, Domingos Sávio, afirma que os dirigentes dos clubes têm certa culpa nesse processo. "Infelizmente os clubes não conseguiram arrumar uma forma melhor de arranjar dinheiro do que vendendo os jogadores."


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