Após ver o Grêmio sofrer muito para empatar por 2 a 2 com o Caxias, no Estádio Olímpico, e só assegurar o título do primeiro turno do Campeonato Gaúcho na disputa por pênaltis, na noite da última quarta-feira (9), o técnico Renato Gaúcho exibiu um discurso inspirado na entrevista coletiva que concedeu após o confronto.
O treinador ressaltou que o Grêmio fez jus ao seu apelido de imortal ao buscar o empate nos acréscimos do tempo normal, aos 50 minutos da etapa final, depois de chegar a estar perdendo por 2 a 0. O comandante, porém, garantiu que já esperava por uma decisão muito complicada.
"Haja coração. Um grupo, para ser campeão, não se prepara dois, três dias antes de um jogo, se prepara no decorrer dos treinamentos, no dia a dia, e na terça-feira eu havia falado pra vocês (jornalistas) que o meu grupo estava preparado para ser campeão, mas que não ia ser nada fácil, como não foi. Mais uma vez eu estou dando parabéns ao técnico do Caxias, ao grupo do Caxias, que valorizou ainda mais a nossa taça, pelo que eles fizeram, pelo que eles lutaram e foram leais, e isso é que é importante", afirmou Renato Gaúcho, para depois destacar o papel importante que os torcedores gremistas tiveram durante o confronto.
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"Dedico esse título mais uma vez à nossa torcida, porque no momento em que nós mais precisávamos dela ela estava presente, mesmo quando estávamos atrás no marcador por 2 a 0 o torcedor não parou um minuto sequer de gritar. Então, é o que falam né: ''Ser gremista é ser imortal''. Então, todos nós somos ''imortais'' e o Grêmio sempre lutou... e por isso dedico esse título totalmente à nossa torcida", reforçou.
Zico é exemplo. Renato Gaúcho ainda revelou que, no intervalo da partida, usou o exemplo de superação de Zico em sua carreira como jogador para motivar os gremistas, que então perdiam por 2 a 1 para o Caxias. O treinador lembrou que tem o ex-jogador como seu ídolo e que atuou ao lado do craque no Flamengo quando ele sofria com os efeitos causados por uma grave lesão no joelho, que o impediam de atuar em sua plenitude.
"O meu exemplo aqui no Grêmio é de um jogador vencedor. Hoje (quarta-feira), quando cheguei no intervalo do jogo, dei um exemplo também de um cara que é meu ídolo, de um cara que é vencedor, de um cara que admiro muito e eu aprendi muito com ele dentro e fora das quatro linhas, que se chama Zico. E o Zico veio na minha cabeça no intervalo do jogo. E falei algumas coisas, dando exemplo do Zico. Por exemplo, o campeão ele já nasce campeão, o campeão ele não se entrega nunca, o campeão luta, dá carrinho, grita, esperneia, corre atrás. Dei o exemplo do Zico porque ele teve problema muito sério no joelho e eu sentia a dificuldade do Zico de entrar em campo", disse Renato, para depois lembrar que o ídolo preocupava os adversários mesmo jogando abaixo das suas condições físicas ideais.
"Eu e o Bebeto sempre pedíamos para ele entrar em campo, mesmo com 30 ou 40% das condições de jogar, porque ele preocupava muito o adversário e abria espaço para a gente. Esse era o Zico, o cara que gostaria de estar 100%, mas que entrava com 30 ou 40% e se entregava os 90 minutos. Então era esse time que eu queria de volta no segundo tempo. Os jogadores tinham quem pensar um pouquinho no Zico", finalizou.