Emerson Leão não poupou críticas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta sexta-feira pela manhã. O técnico do São Paulo ainda não digeriu o fato de a entidade não ter aceitado liberar o meia Lucas para o clássico deste domingo, às 16 horas, em Presidente Prudente, pela décima rodada do Campeonato Paulista. O jogador ficará fora do confronto porque terá de embarcar já no sábado à noite rumo à Suíça, onde na terça-feira defenderá a seleção brasileira em amistoso contra a Bósnia, na cidade de St. Gallen.
Leão reclama do fato de a CBF ter liberado o zagueiro Dedé para defender o Vasco na final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, no domingo, às 16 horas, contra o Fluminense, e em seguida embarcar para a Europa.
"O Lucas representa muito pelo respeito que têm os adversários, pela vivacidade em campo e por sua velocidade. O Brasil nos tirou o Lucas, pois foi o único que não foi liberado. Para nós tem de haver o mesmo peso e a mesma medida. Não devemos nada à CBF. Ela é que deve milhões ao nosso clube e a outros", atacou Leão, para depois engrossar a campanha pela saída de Ricardo Teixeira do comando da entidade.
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"Dizem que vai sair, dizem que vai ficar. Torço para que saia", revelou o comandante, antes de seguir questionando as razões para Lucas não ter sido liberado para o clássico. "Nunca fui na CBF, falo como torcedor. Como treinador reclamo por conta do Lucas, pois acho incrível e inaceitável. Se todos viajam no domingo, por que só o meu não pode se apresentar à noite?", perguntou.
O técnico ainda destilou certa dose de ironia ao falar sobre a categoria do adversário que o Brasil irá enfrentar na próxima terça-feira, naquele que será o primeiro amistoso da seleção de Mano Menezes nesta temporada. "Somos os únicos a liberar o jogador no horário certo e na data certa. Por que um só (não foi liberado)? Não posso admitir. E para jogar contra quem, a Bósnia?", completou.
O treinador também mostrou certa contrariedade com o fato de o São Paulo ter de enfrentar o Palmeiras em Presidente Prudente. Para ele, o mais lógico é que o clássico ocorresse em São Paulo, onde teria mais brilho e os seus jogadores estariam ainda mais motivados para buscar uma vitória, na sua opinião.
"Levantar o astral todo clássico levanta, aumenta a responsabilidade de todos e isso é bom. Mas vamos analisar de maneira fria. O ''Clássico Rei'' sempre foi cheio, levava até 120 mil para o Morumbi, hoje jogamos o clássico fora de São Paulo, numa cidade a 600 quilômetros da Capital. Quantos torcedores cabem lá? E quantos vão ficar vendo de longe pela televisão? É um absurdo o que estamos fazendo do futebol", reclamou.
E o fato de o clássico de domingo ocorrer em Presidente Prudente e não ser de caráter decisivo pesou para que a CBF não liberasse Lucas. Já em relação a Dedé, a entidade justificou que a liberação do zagueiro aconteceu porque o jogador poderá ajudar o Vasco a conquistar o título da Taça Guanabara e em seguida embarcar à noite no Rio. Lucas, no caso, teria de viajar da cidade do interior paulista até São Paulo, antes de viajar, fato que poderia atrasar ainda mais sua chegada à Suíça.
Os jogadores que atuam na Europa e foram convocados por Mano Menezes participam das partidas de seus clubes no domingo e depois irão se apresentar à seleção na segunda-feira, enquanto o primeiro grupo de atletas, que atua no Brasil, exceto Dedé, viajará no sábado. Neste grupo está o goleiro Rafael, do Santos, que poderá defender o Santos no jogo deste sábado, contra a Ponte Preta, em Barueri, e depois seguir rumo à Suíça.