Na temporada passada, o Brasil superou a desconfiança da torcida pelo mau começo nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Além disso, passou por outros testes, como superar o Equador na altitude de Quito e vencer a Argentina no Mineirão. Nesta quinta-feira (23), às 20 horas, o time do técnico Tite já faz as contas para se classificar ao Mundial, porém terá pela frente outro obstáculo, desta vez com grau de dificuldade maior: o Uruguai, em Montevidéu. O adversário é vice-líder e dono da melhor campanha como mandante da competição.
Em seis jogos no Centenário pelas Eliminatórias, o Uruguai ganhou todos e fez 12 gols. O estádio mais uma vez estará lotado (42 mil ingressos já foram vendidos) para ajudar a equipe a manter a longa invencibilidade em casa. São 25 partidas sem perder, entre compromissos oficiais e amistosos. A última derrota foi em 2009, ao amargar 1 a 0 para a Argentina durante a disputa por vaga no Mundial de 2010. Para completar, estará em campo o artilheiro das Eliminatórias, Cavani, com oito gols.
O teor de dificuldade diante do vice-líder e dono de grande campanha como mandante aumenta para a seleção brasileira por causa da ansiedade natural de se chegar ao objetivo. Nas cinco edições anteriores de Eliminatórias disputadas no formato atual, quem se classificou para a Copa de forma direta, sem repescagem, atingiu aproveitamento de 53%, o que equivale a 28 pontos, um a mais da soma obtida pelo time de Tite.
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"Estamos trabalhando para jogar a Copa. Isso é o objetivo, o nosso grande foco desde quando começamos. Sabemos que será um jogo difícil, mas é a realidade das Eliminatórias. Estamos perto da vaga", afirmou o volante Paulinho. A situação do Brasil é tão confortável a seis rodadas do fim do torneio porque nos seis jogos anteriores foram só vitórias - 18 pontos.
Mesmo com essas condições, a seleção não consegue se garantir matematicamente na Rússia nesta rodada. A vaga pode ser confirmada na terça, contra o Paraguai, apenas se outros resultados das Eliminatórias colaborarem, como tropeços nessas duas rodadas de Argentina e Colômbia, por exemplo.
Ainda assim, encontrar o Uruguai também é a chance de abrir vantagem para o vice-líder. A diferença é de quatro pontos (27 contra 23), condição que possibilita manter a ponta mesmo em caso de derrota ou considerar o empate um bom resultado. Alguns jogadores ressaltaram o quanto não perder em Montevidéu nesta quinta será valioso para somar, talvez, o ponto que falte para chegar à Rússia.
Tite comandou nesta quarta (22) o último trabalho da equipe, no fim da tarde, já no Estádio Centenário. O treino confirmou a entrada de Roberto Firmino no ataque na vaga de Gabriel Jesus, machucado. No restante, a formação será a mesma da utilizada nas partidas anteriores. No trabalho tático, a seleção brasileira ensaiou jogadas de bola parada.
O Uruguai também não vai contar com seu principal atacante. Luis Suárez, suspenso por dois cartões amarelos, não poderá enfrentar o Brasil, do amigo Neymar. O substituto escolhido será Diego Rolán.
Uma das principais funções do time brasileiro vai recair nas costas de Roberto Firmino, um jogador pouco conhecido da torcida e, ao mesmo tempo, bastante regular na listas dos últimos treinadores. O atacante soma 19 convocações em pouco mais de dois anos, oportunidades úteis para fazer esse alagoano de 26 anos ficar mais conhecido do brasileiro.
Firmino será o substituto de Gabriel Jesus, machucado com uma fratura no pé direito e autor de cinco gols nas últimas seis rodadas das Eliminatórias. No esquema tático 4-1-4-1 utilizado por Tite, e que será mantido contra o Uruguai, Firmino terá o papel de atuar mais avançado, para dar trabalho à marcação rival. Pesou para a escolha de Tite, além da qualidade, a presença constante na seleção.