Desde que recebeu a notícia sobre a demissão de Marcelo Oliveira, parte da torcida do Cruzeiro mostrou sua insatisfação com a postura da diretoria. Para ela, os cartolas são os grandes responsáveis pelo início de ano abaixo do esperado e Marcelo Oliveira pouco tinha culpa nisso. Nesta tarde de sexta-feira, o ex-treinador celeste comentou sobre sua passagem pelo time mineiro, certamente com muitas glórias, mas com alguns momentos de tristeza com a agremiação estrelada. Desempregado, pelo menos por enquanto, o treinador quer dar um tempo antes de voltar a treinar.
"No primeiro momento quero descansar um pouco. Jogamos muitas partidas decisivas tivemos jogadores machucados, jogadores que não renderam o esperado. No primeiro momento quero descansar. Mas sou apaixonado pelo meu trabalho. Vou pensar bem em um projeto legal. Já recebi telefonemas de sondagens para fora do país. É uma oportunidade de ficar mais com familiares, filhos e neto. Fazer coisas que não estávamos fazendo. E até ver o futebol de um ângulo diferente", comentou o treinador, em entrevista ao canal 'ESPN'.
Um dos maiores motivos de insatisfação do torcedor no primeiro semestre foi a falta de um diretor de futebol fixo. Desde que Alexandre Mattos deixou o clube, os diretores se revezaram para executar a função, mas apresentaram a mesma sintonia com o treinador, gerando carência em alguns setores. Um meio-campo de criação foi pedido por Marcelo Oliveira, mas a diretoria não conseguiu se movimentar o suficiente para trazer um reforço.
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"Tínhamos profissionais que passaram a cuidar disso (futebol). Acho que tivemos uma relação muito boa com Alexandre (Mattos) e interagíamos sobre contratações. Independente de quem tivesse indicado, era muito debatido sobre as características do jogador. Buscávamos histórico de contusões, características, e fora de campo também porque a soma é importante. E neste ano, este teria sido um dos aspectos de equívoco. A interação foi menor. Indicados por mim ou não vieram porque não foi interessante na opinião da diretoria ou negociações que não se concretizaram. Aconteceu alguns que vieram e que eu não esperava. Não falo da qualidade, mas do equilíbrio de elenco, que é muito importante. Não só qualidade, mas características e perfil. Não é uma reclamação, mas em algum momento tínhamos quatro ou cinco atacantes de área, cinco laterais esquerdos e não tínhamos um meia", acrescentou.
Questionado sobre a chegada de Luxemburgo e a demissão nesta semana, Marcelo confirmou não esperar sua saída do clube. "Essa questão de anunciar um novo profissional não cabe a mim analisar se havia contato com o Vanderlei antes da demissão. Eu não faria isso, mas não condeno e não posso afirmar. Se sabe que culturalmente são os resultados que mandam. Por mais que possamos alegar que houve uma mudança e nem todas as contratações indicadas por mim foram feitas, muito poucas foram feitas, aliás, o time estava oscilante, irregular. Esperava fazer o jogo contra o Flamengo e o clássico. Até porque não havia nenhum indício da demissão Mas prefiro olhar o lado bom. Foram dois anos e meio, além dos títulos, jogadores se valorizaram, foram para seleção, jovens apareceram, houve um crescimento de 13 mil para 70 mil sócios. Há muitos pontos positivos", concluiu Marcelo.