O Ministério Público de São Paulo entrou com duas ações na Justiça para extinguir as torcidas organizadas da Gaviões da Fiel, do Corinthians, e Tricolor Independente, do São Paulo. Em liminar na segunda-feira, suspendeu apenas as atividades dos fãs são-paulinos, cujos integrantes estão proibidos de ir aos estádio com imagens características do grupo.
As ações, assinadas pelo 5º promotor de Justiça do Consumidor de São Paulo, Roberto Senise Lisboa, foram distribuídas em duas varas cíveis diferentes. A contra a Gaviões da Fiel caiu na 9ª Vara Cível, e a liminar foi rejeitada de imediato pelo juiz Wander Benassi Junior, que questionou a Promotoria porque não foram incluídas no mesmo processo outras torcidas e a Federação Paulista de Futebol.
Senise abriu os processos com base no Estatuto do Torcedor. "Fica evidente o desvirtuamento da finalidade da associação, uma vez que passa à pratica dos atos de violência, como forma de se impor perante as demais torcidas organizadas em uma autêntica guerra de gangues em busca da dominação subsocial e imposição de sua suposta força nas torcidas", afirmou o promotor.
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O estopim das duas ações foram os atos de violência em Brasília no dia 25 de agosto, no Estádio Mané Garrincha e a briga entre corintianos e são-paulinos na Marginal Tietê, no dia 14 de outubro. Para a torcida organizada do Corinthians, Senise citou ainda outros casos como a morte do adolescente Kevin Espada, na Bolívia, no ano passado. O promotor juntou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), de 2011, no qual as torcidas se comprometiam a alterar seu estatuto, punir membros que praticassem violência e adotarem medidas para evitar novos incidentes, sob pena de multa de R$ 30 mil.
Ainda cabem recurso às duas decisões. A juíza da 20ª Vara Cível, Elaine Faria Evaristo, considerou que "não é de hoje que se ouve falar das absurdas brigas de torcidas organizadas em estádios e fora deles. Várias pessoas já morreram e inúmeros foram os prejuízos causados a bens públicos e particulares". Segundo Elaine, o perigo de demora da ação é evidente, "já que vidas podem ser perdidas, além da péssima repercussão para a sociedade e o futebol brasileiros."
O Ministério Público ainda pede que, caso as duas ações sejam julgadas procedentes, os torcedores das duas associações identificados sejam proibidos de frequentar os estádios por três anos. A reportagem procurou as torcidas da Gaviões da Fiel e do Tricolor Independente, mas não foi atendida até a publicação.