O São Paulo confirmou nesta segunda-feira a saída do técnico Muricy Ramalho. O treinador estava na terceira passagem no comando do time e sucumbiu às mas atuações da equipe em 2015 na Copa Libertadores e no Campeonato Paulista. Ele deixou o clube em "comum acordo" e vai tratar dos problemas de saúde que vinha sofrendo nos últimos meses.
No começo do ano Muricy teve uma crise de diverticulite, precisou ser internado e desfalcou a equipe nos amistosos de pré-temporada. O técnico precisa ainda ser submetido a uma cirurgia para a retirada de uma pedra na vesícula e no ano passado também sofreu com problemas de saúde. Na ocasião, teve uma crise de arritmia cardíaca.
Ex-jogador do clube na década de 1970, Muricy é o segundo técnico com mais jogos pelo clube, são 476. O líder da lista é Vicente Feola, com 532. O comandante estava no cargo desde setembro de 2013, quando substituiu Paulo Autuori com a missão de salvar o São Paulo do rebaixamento no Brasileirão. E conseguiu, feito que deu ao técnico muita moral com a diretoria e ainda mais idolatria da torcida.
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Muricy assumiu a equipe antes do início do segundo turno e estreou com uma vitória sobre a Ponte Preta. Da zona de rebaixamento, levou o São Paulo ao nono lugar, com uma das melhores campanhas da segunda metade da competição.
Nesta passagem no cargo Muricy comandou o time em 109 partidas válidas por competições oficiais e não conquistou títulos. Foram 51 vitórias, 21 empates e 30 derrotas, um aproveitamento de 59,6% dos pontos. Em 2015 conseguiu garantir a equipe na disputa da Libertadores, mas as duas derrotas como visitante para Corinthians e San Lorenzo pesaram bastante contra ele.
Os principais feitos do técnico foram o vice-campeonato do Brasileirão em 2014 e as duas semifinais da Copa Sul-Americana, uma em 2013 e outra em 2014. Como grandes decepções, acumulou eliminações para times do interior paulista em pleno Morumbi em duas ocasiões, ambas no ano passado. Pelo Estadual, foi superado pelo Penapolense nos pênaltis e na Copa do Brasil, deu adeus com um 3 a 1 aplicado pelo Bragantino.
A lua de mel de Muricy Ramalho e o São Paulo ruiu em 2015. O ídolo da torcida pela conquista do tricampeonato brasileiro (2006-07-08) não conseguiu fazer o time ter boas apresentações na temporada. O time se mostrou apático, sem esquema tático definido e com o próprio treinador admitindo a incapacidade em alterar o quadro.
Além disso, o técnico passou os últimos meses debilitado pela recuperação da sua saúde e enfraquecido nos bastidores. Muricy passou a reclamar da existência de inimigos na política do clube que queriam a sua saída e via o São Paulo dividido.
Na primeira passagem no São Paulo, entre 1994 e 1997, Muricy atuou como auxiliar de Telê Santana e conquistou o primeiro título no comando do clube. Em 1994, levou o time conhecido como "Expressinho", formado por garotos das categorias de base, à conquista da Copa Conmebol. Em campo estava jogadores como Rogério Ceni, Denilson, Bordon, Juninho Paulista e Caio.
O retorno ao clube foi em janeiro de 2006. O São Paulo tinha acabado de ser campeão mundial e emendou nas temporadas seguintes o feito inédito do tricampeonato brasileiro. Muricy se tornou um especialista em pontos corridos ao garantir com a equipe os títulos dos três anos seguintes. Porém, com o tempo de convivência veio também o desgaste e o técnico deixou o comando da equipe em 2009, logo após a eliminação na Libertadores.