Precisando somar pontos para deixar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, Náutico e Botafogo apenas empataram por 2 a 2 na noite desta quarta-feira, nos Aflitos, e seguem ameaçados pela queda à Série B. Os dois times chegaram a se arriscar para conseguir a vitória que os faria respirar na competição, mas a igualdade persistiu no placar, com dois gols de Gilmar pelo clube pernambucano e Juninho e Reinaldo marcando para os cariocas.
Com o empate, o Náutico permanece na lanterna, somando 10 pontos. Pela 14.ª rodada, a equipe do técnico Geninho ainda terá o clássico contra o Sport, no domingo, na Ilha do Retiro. O Botafogo também tem um confronto complicado. No sábado, recebe o terceiro colocado Internacional no Engenhão. O time carioca soma 12 pontos, em 17.º, abrindo a zona de rebaixamento.
O JOGO - No confronto entre equipes que brigam contra o descenso, a baixa qualidade técnica ficou evidente desde o início. Mesmo com o Náutico atuando em casa e com o apoio da torcida, era o Botafogo que demonstrava mais vontade de buscar o gol nos primeiros minutos. O time pernambucano, porém, tinha a seu favor a organização maior na hora de atacar.
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Com as duas equipes pouco inspiradas, o primeiro lance de perigo veio aos 14 minutos, quando Vágner Silva cruzou da direita e a bola passou na frente da área, obrigando a zaga botafoguense a afastar o perigo. Mas o Náutico seria logo punido pela falta de iniciativa. Aos 21 minutos, o Botafogo fez jogada ensaiada e o zagueiro Juninho marcou seu quarto gol no Brasileirão.
Lúcio Flávio cobrou escanteio para trás, na entrada da área, onde Juninho estava bem posicionado para dominar e arriscar o chute rasteiro de fora. O arremate não saiu forte, mas os muitos jogadores na área atrapalharam a visão do goleiro Eduardo: 1 a 0 Botafogo. Após o gol, o Náutico seguiu apático, e a torcida nos Aflitos ensaiou uma vaia para o time.
Enquanto o Botafogo primava pela calma no ataque, o Náutico criou sua melhor chance no primeiro tempo. Aos 43 minutos, Vágner Silva aproveitou cruzamento e cabeceou com perigo, fazendo a bola passar perto do gol defendido por Castillo. Na saída para o intervalo, Juninho deu a receita para o Botafogo vencer. "Quando a gente tem a oportunidade tem que matar o jogo", disse o zagueiro.
O time carioca chegou a tentar obedecer o seu capitão no segundo tempo. Logo aos oito minutos, Fahel marcou, mas o gol foi anulado. No lance, Renato, ao seu lado, estava impedido, e o bandeira considerou que ele participou da jogada. Sem conseguir matar o jogo, como pediu Juninho, o Botafogo acabou levando o empate em um pênalti inexistente marcado pelo árbitro paulista José Henrique de Carvalho.
Com 11 minutos, Renato foi tentar tirar a bola de Anderson Santana e acabou furando. O árbitro, porém, entendeu que ele deslocou o jogador do Náutico. Gilmar foi para a cobrança e fez 1 a 1. O atacante bateu no canto esquerdo de Castillo, enquanto o goleiro caiu para a direita. O gol fez o Botafogo voltar ao ataque, mas a equipe carioca acabou surpreendida pelo contragolpe do time pernambucano.
Com 22 minutos, Gilmar protagonizou a virada do Náutico nos Aflitos. Após cruzamento da esquerda, Carlinhos Bala dominou na segunda trave e cruzou novamente para o meio, onde o atacante estava bem posicionado para cabecear e marcar seu segundo gol no jogo. Em vantagem, a equipe da casa partiu para cima e quase fez o terceiro, em lance que Gilmar tocou por baixo do goleiro e Leandro Guerreiro apareceu para evitar o gol.
O lance seria fundamental para o empate do Botafogo. Já com Reinaldo e Jônatas em campo, que tinham sido colocados por Ney Franco nos lugares de André Lima e Túlio Souza, respectivamente, o zagueiro Juninho fez bem a sua especialidade: as faltas de longe distância. Com 30 minutos, o capitão botafoguense cobrou forte e Eduardo defendeu sem jeito, com o joelho. No rebote, Reinaldo fez 2 a 2.
Logo após o empate do Botafogo, Geninho decidiu arriscar e colocou o uruguaio Acosta no lugar de Johnny. O time carioca também queria a vitória, mas a expulsão justa de Fahel, aos 33 minutos, acabou freando a possível a reação. Com um a mais, o Náutico partiu com tudo para o ataque nos minutos finais, chegou até a se expor no contra-ataque, mas não conseguiu o gol que o tiraria da lanterna.