Nem Zidane nem Ronaldo. A maior vencedora de prêmios individuais da Fifa é a brasileira Marta. Nesta segunda-feira, a jogadora ganhou em Zurique pela quarta vez o título de melhor do ano, prêmio dado pela Fifa. Já habituada aos prêmios e aos obstáculos para desenvolver o esporte em um país onde não há apoio, Marta avalia que o futebol feminino "finalmente se tornou uma realidade", pelo menos no cenário internacional.
Se não bastasse o título de Marta, a Fifa ainda escolheu a brasileira Cristiane entre as cinco melhores do mundo, em um evento de gala que contou com Laura Pausini e a rainha da Jordânia.
Neste ano, Marta ganhou pelo Santos a Copa Libertadores - que teve a sua primeira edição na versão feminina - e a Copa do Brasil. Além disso, foi atuar pelo Los Angeles Sol, na primeiro campeonato profissional dos Estados Unidos, onde até já leva patrocinadores para o clube.
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Nesta segunda, além de repetir o gesto de levantar o troféu, repetiu as lágrimas pelo quarto ano consecutivo. "No dia em que eu parar de me emocionar, não vou mais jogar futebol", disse, em prantos. "Estou surpresa com a conquista, mas quero agradecer a Deus, que me dá coisas boas na vida".
No total, a brasileira já foi finalista do prêmio da Fifa em seis ocasiões. Agora, é tetracampeã e com títulos consecutivos. Ronaldo e Zidane ganharam o troféu em três ocasiões cada.
Sempre pedindo mais apoio ao futebol feminino no Brasil, Marta alerta que as jogadoras da seleção continuarão deixando o País enquanto não houver clubes com estrutura e patrocínios. Pelo menos nove delas jogam no exterior e isso vai continuar.
Já em termos mundiais, a jogadora mais premiada da história indica que o "futebol feminino está em um momento especial". "Essa modalidade tem tudo para crescer. A Fifa vem fazendo a coisa certa e está nos apoiando", disse.
Segundo ela, foi a entidade que ajudou a criar a Copa Libertadores na região e vai promover em 2010 o primeiro Mundial de Clubes. "O futebol feminino começa a ser uma realidade e espero que não pare por aqui", afirmou.
Sua eleição não foi sem polêmica. Em 2009, sua maior concorrente, a alemã Birgit Prinz, venceu a Eurocopa por sua seleção, e a Liga dos Campeões. Além disso, já marcou 112 gols pela Alemanha. Prinz, que já havia ficado irritada no passado com a vitória de Marta, nem apareceu nesta segunda para a conferência de imprensa ou para a entrega do prêmio.