O diário "O Estado de S. Paulo" divulgou neste domingo um esquema de caixa 2 no futebol europeu. O caso veio à tona através de uma investigação da Justiça francesa. Entre os envolvidos estão jogadores, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o Paris Saint-Germain e empresa que fornece material esportivo para o clube.
A investigação descobriu uma rede paralela de contratos no futebol. Algo muito parecido ao que ocorreu no início deste ano, envolvendo as denúncias com relação ao real valor pago pelo Barcelona na contratação de Neymar.
O motivo dessa manipulação financeira é fazer com que os clubes paguem menos impostos sobre as transferências e os salários pagos aos jogadores. As quantias pagas por fora são depositadas em contas abertas em paraísos fiscais.
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Uma das manobras mais comuns é anunciar a compra de um jogador por um valor acima da realidade. O PSG, por exemplo, pagava o valor fictício ao clube que havia vendido o atleta. O dinheiro, em seguida, era usado para o pagamento do salário do jogador. Assim, o clube e o jogador não pagavam impostos sobre vários meses de salários. A artimanha foi usada na contratação na negociação entre o PSG e o Real Madrid envolvendo Anelka.
A fornecedora de material esportivo também era usada como alternativa para a fraude. Patrocinadora do PSG, a multinacional pagava os salários dos jogadores. A empresa alegava que o dinheiro era referente a contratos de imagem. sempre assinados com empresas off-shore, e eram fictícios. Um desses contratos foi assinado com o meia Ronaldinho Gaúcho.
Jaubert Oliveira, responsável pelo marketing da empresa de material esportivo até 2003, admitiu aos juízes que os contratos eram referentes à "salários ocultos". Segundo ele, os diretores da empresa e até o presidente sabiam do esquema.
Para restituir a fornecedora, o PSG e a empresa inventavam multas a serem pagas pelo clube. Uma das desculpas era que os jogadores usavam chuteireas de outras marcas. É aí que entra o nome de Jérôme Valcke. O secretário-geral da Fifa seria o intermediário do esquema.
Outras irregularidades também foram constatadas nas transferências do ex-lateral Sorín, dos ex-zagueiros Tuzzio e André Luiz e do ex-atacante Christian. Há ainda suspeitas nos negócios que envolveram os brasileiros Raí, Ricardo Gomes e Valdo.