As meninas do futebol paranaense deixaram os atletas profissionais para trás e continuam a golear quando o assunto é seleção brasileira. Com as seguidas convocações para a seleção Sub-19, Míriam, Dayane, Janaína e Francielli resgataram o futebol paranaense da categoria. Pelo lado masculino, com exceção de Malzoni, do Coritiba, da seleção Sub-17, os homens continuam em débito e não são convocados.
As atletas chamadas pelo técnico Paulo Gonçalves começam a treinar hoje, na Granja Comary, no Rio de Janeiro, para a disputa do 1º Campeonato Sul-Americano, de 5 a 16 de abril de 2002, em Córdoba, Argentina. Elas ficam no CT da seleção até o final do mês para a disputa de amistosos.
Conforme o sistema a ser utilizado pela seleção, a dupla de frente pode ser formada por Dayane e Janaína. Ambas são atacantes e jogam pelo time do Novo Mundo, em Curitiba, e Defensores, de São José dos Pinhais.
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No final de semana, elas participaram da goleada de 7 a 1 que o Defensores aplicou no rival Fleischmann, time da lateral Míriam, que também defende a equipe da Vila Hauer. Francielli, que joga no ataque do Gresfi, de Foz do Iguaçu, é a única que joga no interior.
Entre as coisas que as aproximam com os jogadores profissionais está o sonho de jogar no exterior. "Vale a pena porque o esporte é mais reconhecido e na maioria dos países a organização dos campeonatos é bem melhor", afirmou Míriam, 15 anos.
Apesar de preferir jogar na meia-direita, Miriam não se incomoda de ser improvisada na ala direita. "O mais importante é estar entre as convocadas", declarou. Além do futebol de campo, Míriam disputa torneios de futsal, futebol society e de areia.
A atacante Janaína, 16, convocada pela terceira vez, acredita que o esporte paranaense continua a crescer. O reflexo disso é o aumento do número de equipes que disputam o campeonato estadual, que neste ano chegou a oito times, quatro da capital e quatro do interior.
"Estamos com um campeonato bem disputado, e com isso as atletas aparecem mais nas partidas, que exigem muito de nós", afirmou Janaína.
Na opinião de Dayane, 16, a convocação delas também serve para estimular o aparecimento de novas jogadoras. A atacante Kátia Cilene, que defendeu o Brasil nas Olimpíadas, serve como modelo para ela. Dayane tem como marca a artilharia e no campeonato estadual marcou 12 gols e outros 18 pelo torneio regional de São José dos Pinhais.
"Esperamos continuar com essa fase positiva e apesar das dificuldades encontradas por nós, mostramos que temos condições de aumentar o número de participantes", concluiu Dayane.