Cento e dez anos após sua fundação, o River Plate, dono da segunda maior torcida da Argentina, foi rebaixado para a segunda divisão. O estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, se transformou em um lago de lágrimas neste domingo. Esse é o pior momento da história do maior vencedor de títulos nacionais e ganhador de duas Copa Libertadores da América.
O time precisava vencer o modesto Belgrano, de Córdoba, por no mínimo dois gols de diferença, mas só empatou por 1 a 1 - na ida, na última quarta-feira, havia perdido por 2 a 0. Na atual temporada, o time fez campanha regular e acabou em nono lugar. A regra do campeonato, no entanto, rebaixa os times a partir da média de pontos dos últimos três anos.
Como toda a pressão exercida pela torcida, que lotou o estádio, o River Plate começou bem a partida e fez o seu primeiro gol logo aos 5 minutos, com o centroavante Pavone. Era preciso apenas mais um gol - sem levar, é claro -, mas a tensão atrapalhava a equipe mandante.
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Na segunda etapa, tudo deu errado para o River Plate. Aos 16 minutos, Belgrano conseguiu o empate com o atacante Farre, que aproveitou um erro grotesco da zaga rival. Em situação desesperadora, o time da casa foi todo ao ataque e conseguiu um pênalti pouco depois de ter sofrido a igualdade no placar. Mas Pavone perdeu a cobrança, defendida pelo goleiro Olave.
Mesmo antes do apito final do árbitro Sergio Pezzotta, o gramado virou um lago de lágrimas. Os torcedores do River Plate se desesperaram e tentavam rasgar as próprias roupas. Os do Belgrano gritavam como loucos, sem acreditar na classificação histórica para a divisão de elite.
Outros transformaram a dor em ódio e, armados com pedaços de madeira retirados dos bancos, tentavam invadir os vestiários. Os policiais fizeram um círculo de proteção e conduziram o grupo de 11 jogadores para o vestiário. Esses vão levar a cicatriz de terem rebaixado o time depois de 110 anos de história. O time era um dos três que nunca haviam caído - os outros são Boca Juniors e Independiente.
O River Plate não caiu neste domingo. Foi despencando um pouquinho a cada rodada. O time terminou o campeonato com uma sequencia de nove jogos sem vitória. Desde 2008, ano em que ficou em 20.º lugar, o clube passou pelas mãos de cinco técnicos (Diego Simeone, Nestor Gorosito, Leonardo Astrada, Angel Cappa e Juan José López).