Ganhar em casa e pelo menos empatar nos jogos como visitante é o discurso que o técnico Enderson Moreira adotou após o empate contra o Grêmio, em Porto Alegre, para convencer os seus jogadores de que um tropeço diante do Figueirense, neste domingo, às 18h30, na Vila Belmiro, pela 23.ª rodada, poderá ser fim de linha para o Santos no Campeonato Brasileiro.
Nos quatro jogos sob o comando do novo treinador, o time ganhou duas vezes como mandante (Vitória, no Pacaembu, e Coritiba, na Vila Belmiro), perdeu uma (Sport, na Arena Pernambuco) e empatou uma (Grêmio, em Porto Alegre), teve pequenas mudanças na forma de marcar e continua com o problema crônico de limitações ofensivas devido à presença, que parece ser obrigatória, de Leandro Damião e com Gabriel de fora ou jogando deslocado, na função de armador ou pelos lados, onde rende menos.
Como o jogo deste domingo será diante do torcedor santista, Enderson Moreira deve se render e deixar o ex-atacante do Internacional na reserva e escalar a linha de frente com Thiago Ribeiro (recuperado de uma pancada nas costas), Gabriel e Robinho, embora ele tenha sido evasivo ao ser questionado sobre a possibilidade de o artilheiro do time no Brasileirão voltar a jogar como um falso camisa 9. "Precisamos observar um pouco mais ainda, mas Gabriel tem boa mobilidade e o cheiro da área, de gol".
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O começo de trabalho no novo clube não tem sido fácil para Enderson Moreira. Embora Oswaldo de Oliveira não fosse unanimidade, a troca desagradou boa parte da torcida por entender que o novo treinador não ganhou nada de importante ainda. Os jogadores também não esconderam a surpresa com a mudança e não demorou para Enderson enfrentar o primeiro caso de indisciplina.
Depois da vitória contra o Coritiba, Rildo teria elevado o tom de voz ao exigir explicações do técnico por só ele ser cobrado, mesmo entrando no segundo tempo dos jogos. Punido com afastamento dos treinos, o atacante foi obrigado pelo treinador a pedir desculpas aos companheiros e ficou fora da viagem a Porto Alegre.
Enderson Moreira faz questão de deixar claro que se o Santos está parado no meio da tabela de classificação, não é por sua culpa. "Até agora foram seis derrotas fora. Se o time tivesse somado pelo menos um pontinho em cada um desses jogos, estaríamos brigando lá em cima na classificação", disse o treinador. Outra justificativa para o time continuar sem padrão de jogo definido é a falta de tempo para treinamentos. "É difícil porque a gente está sempre recuperando atleta (do desgaste de um jogo para o seguinte), sem tempo para a preparação. As mudanças são feitas com limitações porque sempre há titulares fora".