As vitórias sofridas estão virando rotina no São Paulo. Com mais uma atuação oscilante, o time do técnico Muricy Ramalho suou nesta quarta-feira para vencer o Atlético Nacional, de Medellín, pelo apertado placar de 3 a 2. A torcida presente no Morumbi viveu noite de sustos e alegrias, graças principalmente a Antonio Carlos, em noite de herói e vilão. O resultado deixou o time brasileiro em vantagem no confronto válido pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
Por conta da pequena vantagem no marcador, o São Paulo joga apenas por um empate no jogo da volta, na próxima quarta-feira, na Colômbia. Uma vitória simples do Atlético, por 1 a 0 ou 2 a 1, elimina os brasileiros, atuais campeões, do torneio, porque os colombianos marcaram dois gols fora de casa. O vencedor do confronto enfrentará na semifinal o vitorioso do duelo entre Libertad, do Paraguai, e Itagüí, também da Colômbia.
Após vencer o Universidad Católica por 4 a 3, pela Sul-Americana, e o Inter, por 3 a 2, pelo Brasileirão, o São Paulo voltou a proporcionar fortes emoções a sua torcida. No Morumbi, o time oscilou nos dois tempos e esteve perto de levar a virada, principalmente depois que Antonio Carlos vacilou na defesa e iniciou jogada que levou ao segundo gol dos colombianos.
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O zagueiro, contudo, se redimiu ao anotar o segundo e o terceiro gols são-paulinos, ambos após cobranças de escanteios na área. Jadson foi o responsável pelo primeiro gol dos anfitriões, ainda no primeiro tempo.
O JOGO - O São Paulo entrou em campo nesta quarta com motivação renovada e empurrado pela empolgação da torcida, após a suada classificação sobre o Universidad Católica. Mas o time de Muricy precisou de poucos minutos em campo para perceber que o Atlético Nacional não venderia barato uma derrota fora de casa.
Bem postada na defesa, a equipe colombiana formava praticamente duas linhas de quatro e ocupava os espaços com disciplina. Sem ter espaço para avançar, o São Paulo parava com frequência na marcação. Luis Fabiano, que voltava ao time após seis jogos, pouco aparecia. E até Aloísio, novo xodó da torcida, sofria para encontrar brecha na defesa.
A solução foi encontrada por Jadson, substituto do suspenso Ganso, aos 13 minutos. Ao receber passe na intermediária, ele levantou a bola e arriscou de primeira. O chute encobriu o goleiro Armani e colocou o São Paulo em vantagem no placar.
O gol obrigou o Atlético a sair para o jogo, o que proporcionou mais espaços para o ataque são-paulino. Aos 35, Aloísio recebeu passe de Maicon e bateu na saída do goleiro. A bola se encaminhava para o gol quando o zagueiro fez o desvio.
O time da casa parecia mais perto do segundo gol até que Paulo Miranda atrasou para Rogério Ceni e Rodrigo Caio deixou a bola escapar na entrada da área. Cárdenas aproveitou a vacilada e acionou Uribe, que só empurrou para as redes.
O segundo tempo contou com mais sustos para a torcida brasileira. O Atlético iniciou a etapa em grande ritmo e criou três boas chances de gol em apenas 10 minutos. No primeiro lance, Uribe e Cárdenas se atrapalharam e chutaram a bola ao mesmo tempo, na marca do pênalti. Na sequência, Uribe foi puxado dentro da área, mas o árbitro não marcou o pênalti.
Enquanto o time colombiano crescia em campo, o São Paulo seguia com dificuldade para superar a marcação rival. A bola quase não passava do meio-campo e o Atlético ganhava confiança. E, quando a torcida já se angustiava, o zagueiro Antonio Carlos levantou as arquibancadas do Morumbi, aos 26. Após cobrança de escanteio, Rodrigo Caio desviou na primeira trave e o defensor apenas escorou de cabeça.
O herói, contudo, virou vilão em apenas sete minutos. Em um recuo atrapalhado, Antonio Carlos iniciou contra-ataque do Atlético que culminou em gol de Duque, em finalização dentro da área, na saída de Rogério Ceni.
Mas a noite de Antonio Carlos ainda prometia mais. Depois da vacilada, o zagueiro retomou o papel heroico na partida ao anotar seu segundo gol, em lance semelhante ao primeiro. Aos 45 minutos do segundo tempo, ele acertou a cabeça para garantir a vitória são-paulina no Morumbi.