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Senado deve abrir investigação contra Ricardo Teixeira

BBC Brasil
30 nov 2010 às 15:12

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O ex-presidente da CPI do Futebol, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), afirma que a denúncia de que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, teria recebido US$ 9,5 milhões de uma empresa de marketing esportivo deve ser investigada por autoridades brasileiras.

"Tem de haver uma movimentação por aqui. Essas denúncias são novas, precisamos analisá-las", disse Dias à BBC Brasil. Para o senador, a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil torna a apuração ainda mais necessária e urgente.

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Na última segunda-feira, o programa Panorama, da BBC, revelou que Teixeira, bem como o paraguaio Nicolas Leoz e o camaronês Issa Hayatou, teriam recebido na década de 1990 pagamentos da empresa ISL, que havia ganhado os direitos de comercialização da Copa do Mundo.

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As supostas propinas estão incluídas num documento confidencial que lista 175 transferências de dinheiro, totalizando US$ 100 milhões. Os dirigentes e a Fifa não se manifestaram sobre a reportagem.

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Investigações. Segundo o programa da BBC, o presidente da CBF, também responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014, recebeu a propina por intermédio de uma empresa de fachada chamada Sanud, sediada no principado de Liechtenstein.


Em 2001, a CPI do Futebol divulgou que Teixeira tinha uma relação muito próxima com a empresa. De acordo com as investigações conduzidas à época, até julho de 2000, a Sanud transferira a título de empréstimos R$ 2,9 milhões à empresa R.L.J Participações, que tinha como acionistas Teixeira, sua ex-mulher, Lúcia Havelange Teixeira, além da própria Sanud.

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A comissão afirmou que a movimentação visava unicamente transferir recursos da Sanud para o Brasil, já que o Banco Central jamais teria registrado a devolução de qualquer parte do empréstimo pela R.L.J.


A operação, assim como dezenas de outras, embasou as denúncias da comissão contra Teixeira. Os senadores o acusaram de apropriação indébita de recursos da CBF, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas e desvio de recursos.

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Na ocasião, Teixeira negou que tivesse transferido recursos da CBF para suas contas pessoais e afirmou que todas as operações apontadas como irregulares pela comissão haviam sido analisadas pela Receita ou pelo Banco Central.


O relatório da CPI, que contou com 13 senadores e durou 14 meses, foi aprovado por unanimidade e também acusou de irregularidades outros dirigentes, como o ex-presidente do Vasco Eurico Miranda e o ex-presidente ds Federação Paulista de Futebol Eduardo José Farah.


Com o fim da comissão, Teixeira foi indiciado pelo Ministério Público, mas os processos tramitam lentamente na Justiça. Para Álvaro Dias, a candidatura do Brasil à Copa de 2014 ajudou a travá-los, já que se acreditava que eventuais condenações a Teixeira poderiam prejudicar as aspirações do país a sediar o evento.

O senador, contudo, diz esperar que a denúncia apresentada nesta segunda-feira dê novo fôlego às investigações.


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