A seleção brasileira feminina de vôlei superou uma batalha para manter o sonho de conquistar o bicampeonato olímpico em Londres. Nesta terça-feira, em uma partida emocionante e de alto nível técnico, o Brasil derrotou a Rússia por 3 sets a 2, com parciais de 24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19, em 2 horas e 21 minutos.
A vitória desta terça serviu para compensar alguns tropeços recentes do Brasil para a Rússia em momentos importantes. Em 2006 e 2010, a equipe perdeu as finais do Mundial para as russas. Mas o maior trauma é dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, quando sofreu improvável virada nas semifinais e perdeu por 3 sets a 2.
Com essa vitória, o Brasil se recupera após um começo irregular em Londres. A equipe esteve ameaçada de ser eliminada na primeira fase, quando somou três vitórias e duas derrotas. Já a Rússia foi perfeita na fase de grupos e triunfou em todos os jogos que disputou, mas caiu logo no primeiro mata-mata.
Nas semifinais do torneio de vôlei feminino, o Brasil vai enfrentar a seleção do Japão, que nesta terça-feira derrotou a China por 3 sets a 2, com parciais de 28/26, 23/25, 25/23, 23/25 e 18/16. A partida que definirá um dos finalistas do vôlei feminino nos Jogos de Londres será disputado na quinta-feira.
Nesta terça-feira, o Brasil teve a sua melhor atuação na Olimpíada. A equipe fez um duelo equilibrado com as russas, defendeu bem e contou com atuação brilhante de Thaisa para vencer. A central fez 27 pontos, enquanto Sheilla marcou 24. A russa Shashikova fez 28 pontos para a Rússia.
O JOGO - O início do duelo foi equilibrado, mas com vantagem das russas, que foram ao primeiro tempo técnico com uma vantagem de dois pontos (8/6). Em seguida, porém, o Brasil pontuou três vezes seguidas e passou pela primeira vez à frente do placar (9/8). A partir desse momento, liderou a partida, mesmo sem conseguir abrir larga vantagem, graças ao bom desempenho da defesa e das centrais Fabiana e Thaisa, bastante acionadas pela levantadora Dani Lins.
A Rússia, porém, reassumiu a liderança do placar ao marcar um ponto após um rali. Assim, fez 19/18 e chegou a liderar por dois pontos (21/19). O Brasil reagiu com trocas realizadas por José Roberto Guimarães, equilibrou o duelo, mas errou nos momentos de definição e perdeu por 26/24.
A derrota no primeiro set não abalou psicologicamente as brasileiras. Com bom desempenho no bloqueio, a equipe foi ao primeiro tempo técnico vencendo por 8/5 e chegou a abrir oito pontos de vantagem (18/10) em razão da sua atuação melhor. O Brasil, porém, se desconcentrou e permitiu a reação da Rússia, que diminuiu para 19/17. No final da parcial, porém, a equipe reassumiu o controle do duelo e, apesar de alguns momentos de tensão, venceu por 25/22 para empatar o jogo em 1 a 1.
O Brasil continuou bem no começo do terceiro set. Com bom desempenho no passe e volume de jogo, fez os três primeiros pontos da parcial e foi ao primeiro tempo técnico vencendo por 8/5. A seleção, porém, permitiu a recuperação das russas, que viraram o placar para 12/11, passaram a controlar a partida e foram para a segunda parada técnica com vantagem de três pontos (16/13). Liderada por Gamova, as russas controlaram o final da parcial e triunfaram com facilidade por 25/19.
Em desvantagem, o Brasil começou mal o quarto set e permitiu que a Rússia abrisse uma vantagem de quatro pontos logo no começo (6/2). A equipe, porém, conseguiu reagir, principalmente após passar a forçar o serviço, e virou o placar para 9/8. A seleção passou a jogar com confiança e se aproveitou das dificuldades das russas na recepção para ir ao segundo tempo técnico vencendo por 18/16. A Rússia, então, passou a apostar tudo em Gamova para equilibrar o jogo, mas não teve sucesso e foi batida por 25/22.
No tie-break, o Brasil fez os primeiros pontos da parcial e liderou o placar desde então. A levantadora Dani Lins apostou em Thaisa e a equipe conseguiu abrir 10/7 e depois 13/10. Mas as russas reagiram e empataram o set decisivo em 13/13. As equipes trocaram pontos, o Brasil salvou seis match points e venceu por 21/19, com o último ponto sendo feito por Fabiana, para avançar na Olimpíada.