O pódio histórico na primeira participação do boxe feminino numa Olimpíada teve um sabor especial para a Irlanda. Os torcedores irlandeses compareceram em peso à Excel Arena, nesta quinta-feira, para vibrar com a conquista de Katie Taylor, tetracampeã mundial do peso leve (até 60kg), que acabou com um jejum de 16 anos sem título olímpico do país.
Favorita ao título, Taylor não decepcionou e bateu a russa Sofya Ochigava na final, garantindo o ouro para a Irlanda. Durante o combate, a torcida irlandesa vibrava a cada golpe, mostrando ansiedade e expectativa. E, por fim, pôde comemorar o feito da pugilista de 26 anos.
Desde que a controversa nadadora Michelle Smith parou de competir, a Irlanda amargou três olimpíadas seguidas sem qualquer título. Em Atlanta/1996, Smith foi, sozinha, responsável por todas as conquistas de seu país - três medalhas de ouro e uma de bronze. Esta, inclusive, perdura como a melhor campanha olímpica da história irlandesa. À época, surgiu a suspeita de doping de Smith, mas, como as acusações não se confirmaram, suas medalhas foram mantidas.
Desde então, a Irlanda tem passado praticamente em branco nos Jogos Olímpicos. Em Sydney/2000, apenas uma prata nos 5.000 metros do atletismo. Já em Atlanta/2004, não conseguiu nenhuma medalha. E em Pequim/2008, levou uma de prata e duas de bronze, todas no boxe.
Em 2012, a Irlanda comemora 90 anos do fim da guerra pela independência do Reino Unido. A conquista do ouro histórico em Londres empolga, inclusive, pela afirmação da identidade nacional irlandesa. Com o bronze do hipismo da última quarta-feira, o país aparece na 38ª posição geral do quadro de medalhas da Olimpíada. Agora, luta para igualar a campanha de Atlanta/1996, quando conseguiu a 28ª colocação.