O peso médio (até 75kg) Esquiva Falcão fez história neste sábado e conquistou o melhor resultado do boxe brasileiro em Jogos Olímpicos. A medalha de prata, no entanto, não deixou o lutador totalmente satisfeito. Ele reclamou da arbitragem, que lhe aplicou uma punição no terceiro round da decisão diante de Ryota Murata. No fim, os dois pontos dados ao japonês foram fundamentais para a vitória, por 14 a 13.
"Não acreditei quando recebi a punição e o juiz disse que era para o córner vermelho. Olhei para meu córner, para a cor da minha camisa. A punição deveria ter sido dada para os dois, estavam os dois se agarrando. No fim, foi por isso que perdi. Mas estou feliz com a prata e de cabeça em pé porque sei que ganhei esta luta", declarou, em entrevista à TV Record.
Antes de Esquiva e de seu irmão, o peso leve (até 81kg) Yamagushi, que levou o bronze, o boxe brasileiro havia conquistado apenas uma medalha olímpica, também de bronze, com Servílio de Oliveira, nos Jogos da Cidade do México, em 1968. Com o melhor resultado da história do País na modalidade, Esquiva admitiu que ainda não tem consciência do significado de sua medalha.
"Ainda não tenho noção do que é esta prata, só vou ter quando voltar para o Brasil. Quando botar a medalha no peito talvez a ficha caia", afirmou. "Eu agradeço a todo Brasil, que me apoiou, confiou, mas infelizmente não deu hoje. Quem sabe na próxima... Vamos continuar, porque a batalha não acabou".
Esquiva começou mal a luta deste sábado e acabou derrotado no primeiro round por 5 a 3. Depois, se recuperou bem, mas a punição lhe tirou o sonho do ouro. Apesar da derrota, o brasileiro saiu de cabeça erguida e comemorou o desempenho. "Dei meu máximo. Todo mundo viu e me aplaudiu", comentou.