A seleção brasileira de vôlei perdeu a invencibilidade na Olimpíada ao encarar seu primeiro adversário cotado à medalha de ouro. O time de Bernardinho começou bem, mas não foi páreo para o forte saque dos Estados Unidos, os atuais campeões olímpicos e considerados favoritos ao título em Londres, junto com a Polônia. A derrota foi de virada, por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 27/25, 25/19 e 25/17, em 1 hora e 56 minutos de jogo.
Com o resultado, os americanos mantiveram o aproveitamento de 100% no torneio e assumiram a liderança isolada do Grupo B, com 9 pontos. O Brasil ficou em segundo, com seis pontos, ao lado da Rússia, e precisa de pelo menos uma vitória nos próximos dois jogos, contra a Sérvia, às 18h (de Brasília) desta sexta-feira, e Alemanha, na próxima segunda, para garantir uma vaga nas quartas de final.
O primeiro set foi parelho do início ao fim. As duas equipes se alternaram na liderança do placar, mas nenhuma conseguiu abrir mais que dois pontos de vantagem. Os Estados Unidos tinham como trunfo os fortes saques de Stanley, Priddy e Anderson, que dificultaram o passe brasileiro, principalmente o de Murilo. Mas os americanos provaram do próprio veneno: nos momentos cruciais, o Brasil fez a diferença com dois grandes serviços de Leandro Vissotto, que definiram a parcial em 25 a 23.
O serviço americano melhorou ainda mais no segundo set e destruiu a recepção brasileira. Murilo continuou errando muito e o levantador Bruninho não conseguiu jogar com a bola na mão. Como o bloqueio também não funcionava - nenhum ponto direto - e nem ao menos amortecia os ataques, não foi difícil para os Estados Unidos abrirem seis pontos. O Brasil ainda conseguiu uma reação sensacional com a entrada de Wallace, anotou oito pontos seguidos e chegou a ter um set point a favor em 25 a 24. Mas Bruninho insistiu com três bolas rápidas seguidas pelo meio que não caíram, e os americanos fecharam em 27 a 25.
O bloqueio brasileiro melhorou no terceiro set e marcou seus primeiros dois pontos no jogo. Os americanos comandaram o placar na maior parte do tempo, mas o equilíbrio se manteve até 17-15. A partir daí, o time de Bernardinho voltou a falhar no que tinha de pior: muitos saques errados, Murilo irreconhecível no passe e Bruninho insistindo em acionar centrais que não pontuavam. Não houve nem esboço de reação, e os Estados Unidos fizeram 25 a 19 com tranquilidade.
O panorama continuou igual no quarto set. Os americanos continuaram faturando em cima de Murilo e não demoraram para abrir 7 a 3. Wallace novamente ajudou o Brasil a reagir e chegar ao empate, mas Murilo ficou no bloqueio simples do levantador Suxho e os Estados Unidos voltaram a colocar dois pontos de frente em 12 a 10. Só então Bernardinho decidiu tirar Murilo de quadra e trocá-lo por Giba, mas qualquer expectativa de melhora foi destruída por uma sequência de sete bombas seguidas de Stanley no saque. Ricardinho e Rodrigão também entraram no jogo e foram meros espectadores da vitória americana por 25 a 17.
OUTROS JOGOS - A Rússia recuperou-se da derrota para o Brasil na terça-feira e bateu a Tunísia por 3 a 0. A Alemanha conseguiu sua primeira vitória, 3 a 2 sobre a Sérvia. Pelo Grupo A, a Bulgária fez 3 a 0 na Austrália e manteve a liderança isolada. A Polônia, campeã da última Liga Mundial, se refez do surpreendente revés diante dos búlgaros e ganhou da Argentina por 3 a 0.