A experiência de Mano Menezes em fases de mata-mata como técnico da seleção brasileira é curta, mas marcante. E péssima. Foi um jogo só, contra o Paraguai, pelas quartas de final da Copa América do ano passado, e o gaúcho amargou a eliminação na disputa por pênaltis.
Foi um dos momentos mais embaraçosos da história da seleção, que errou todos as cobranças que executou. Agora que está de novo em uma etapa eliminatória - enfrenta Honduras neste sábado, às 13 horas (de Brasília), pelas quartas de final da Olimpíada de Londres -, o treinador diz que a receita para não cair no mata-mata é manter o estilo de jogo da fase de classificação.
Segundo Mano, para qualquer time existe uma tendência de ser mais conservador em um jogo eliminatório, mas ele diz que isso pode ser prejudicial para a seleção. "A primeira fase ainda permite arriscar mais, pois é possível perder um jogo e ainda continuar na disputa", argumentou o técnico. "No mata-mata o custo é muito alto, mas não quero que a minha equipe perca a capacidade de arriscar."
Por mais que valorize a Olimpíada, torneio que pode ser decisivo para seu futuro na seleção, é inegável que Mano nunca tira da cabeça a Copa do Mundo de 2014. E como muitos dos jogadores que estão no torneio olímpico certamente disputarão o Mundial, o técnico está convencido de que é preciso jogar de maneira ousada agora porque daqui a dois anos, atuando no Brasil, será impossível adotar uma postura conservadora quando o mata-mata chegar.
"Essa equipe precisa ter a capacidade de jogar com risco alto, até mesmo pensando no que virá pela frente", disse o técnico, obviamente se referindo à Copa do Mundo.