A seleção brasileira buscará o tricampeonato olímpico neste domingo, às 9 horas (horário de Brasília), contra um dos poucos adversários que conseguiram quebrar sua hegemonia mundial no vôlei masculino. A Rússia, que busca sua primeira medalha de ouro nos Jogos como país independente, tem um retrospecto equilibrado contra a equipe verde-amarela nos últimos anos.
Nos 11 anos da Era Bernardinho, Brasil e Rússia decidiram quatro títulos da Liga Mundial, com metade de conquistas para cada lado. Os europeus ganharam as finais de 2002 - em pleno ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte - e 2011, enquanto que o time verde-amarelo venceu em 2007 e 2010.
Brasileiros e russos se enfrentaram apenas uma vez neste ano, na primeira fase da Olimpíada, e o time de Bernardinho venceu por 3 sets a 0. Mas em seguida os russos se reabilitaram diante dos Estados Unidos, justamente o único algoz brasileiro em Londres. Depois, eliminaram a Polônia, apontada como maior favorita ao ouro por conta do título da Liga Mundial, no mês passado.
A vitória brasileira na primeira fase foi marcada pelo excesso de erros da Rússia, que cedeu 28 pontos em falhas, índice incomum para um time reconhecido pela frieza. Seu jogador mais decisivo é o oposto Mikhaylov, maior pontuador da Olimpíada, com 131 acertos, e eleito o melhor jogador da Copa do Mundo, em novembro do ano passado. Os russos têm ainda o segundo melhor bloqueio, simbolizado pelo central Muserskiy, de 2,18m.
"[A Rússia] É um time muito difícil, muito grande. Jogamos muito bem aqui no nosso primeiro confronto com eles. Com nosso saque entrando e nosso bloqueio funcionando, a gente tem uma grande chance contra eles", disse o central Sidão, em entrevista ao SporTV.
O desafio de parar os russos deve ser o último de quatro jogadores pelo time brasileiro. Dos cinco remanescentes da conquista do ouro em Atenas, em 2004, quatro vão se despedir da seleção neste domingo: Serginho, Giba, Ricardinho e Rodrigão. "Eu tenho uma família que acorda todo domingo de manhã para jogar vôlei no parque. [A vaga na final] É para todo mundo que torce para a gente. A seleção é isso aí, igual formiguinha, a bola vai na placa [de publicidade] e os 12 vão buscar", disse Serginho.
Pela Rússia, somente o ponta Tetyukhin, de 36 anos e que vem ficando na reserva, sinalizou que deve deixar a seleção após os Jogos de Londres.