A fabricante de alimentos J. Macêdo, que atua com marcas de destaque como Dona Benta, Sol, Bradini e Boa Sorte, vai aportar R$ 640 milhões para construção do seu novo complexo industrial em Londrina. O anúncio do projeto foi feito no gabinete do prefeito Marcelo Belinati (PP) com a presença de representantes da Câmara de Vereadores e entidades do setor produtivo na tarde desta segunda-feira (16).
Dentro do plano de expansão a longo prazo, o projeto será executado em três fases em uma área de 276 mil metros quadrados doada pelo município na zona norte. A área fica ao lado da futura Cidade Industrial de Londrina, no Ribeirão Gleba Jacutinga. A primeira etapa está prevista para iniciar em abril com investimento de 180 milhões e inclui a construção de um novo moinho com capacidade final de processamento de 400 mil toneladas de trigo, ou seja, quase cinco vezes maior do que a capacidade do atual. O objetivo da nova unidade é atender a região sul e parte da sudeste e centro-oeste.
De acordo com o CEO da J. Macêdo, Irineu Pedrollo, a unidade atual localizada às margens da BR-369, próximo à PUCPR, ficou pequena dentro do plano de expansão e por isso foi necessário projetar uma nova área. "Com 50 anos de atuação por aqui, Londrina é considerado um ponto estratégico para o grupo J. Macêdo. Elegemos Londrina, pela raízes que temos aqui, pela localização geográfica, entre outros atrativos."
Leia mais:
Problemas elétricos afetam abastecimento de água em bairros da zona sul de Londrina
'Tenham orgulho da sua cidade', afirma Tiago Amaral, prefeito eleito de Londrina
Aniversário de Londrina terá atrações culturais; confira a programação
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
NOVOS POSTOS DE EMPREGO
O novo complexo industrial será mais automatizado que o atual, mas há previsão de geração de 250 empregos diretos após conclusão da primeira etapa da obra. Questionado, Pedrollo não cravou um número exato de vagas que poderão ser abertas com a conclusão de todo o projeto. "Vamos estabelecer uma indústria de altíssima tecnologia, com alto nível de automação. Quando implantarmos a indústria de massas e de bolachas, teremos uma nova onda de contratações. Essas unidades de processamento tem uma relação importante com toda a cadeia de produção, quando pegamos o trigo produzido no campo e vamos transformá-lo em massa, em biscoito e essa geração de valor toda acontecendo em Londrina. Queremos ser referência de exportação de alto valor agregado", destacou o diretor-presidente.
Mesmo com planos ambiciosos para Londrina, a empresa refez o projeto de engenharia do novo complexo e calculou que não precisaria de toda a área doada pelo município. Por essa razão, a J. Macêdo decidiu devolver uma área de 100 mil metros quadrados ao município. "Os equipamentos se modernizaram muito e a empresa não irá necessitar de toda área. Eles trabalharam junto aos arquitetos e engenheiros e informaram que irão devolver essa área. Virei mais fã da J. Macêdo por causa disso. Temos outras empresas sendo trabalhadas pela Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) para serem instaladas ali. Quase anunciamos uma [empresa] hoje, mas bateu na trave", disse o prefeito Marcelo Belinati.
O projeto de lei que autorizou o município a doar uma área pública de 376 mil metros quadrados para J.Macêdo foi aprovado pela Câmara Municipal em 2019. Na época, o terreno foi avaliado em R$ 20 milhões. Agora um novo projeto deverá ser encaminhado ao Legislativo com a devolução da área. Ainda faltariam alguns trâmites burocráticos na Secretaria de Obras para liberação da obra. "A ideia é já enviar à Câmara é enviar um novo projeto de lei com o nome da outra empresa, mas se não for possível, a gente envia o projeto de devolução e depois um novo da empresa que vier a se instalar no local", completou Belinati.
Presente no evento, o presidente do Fórum Desenvolve Londrina e superintendente do Grupo Folha, Nicolás Mejía, destacou que a expansão da J. Macêdo tem impacto em todos os segmentos da economia londrinense com a geração de empregos. "Londrina tem levado à sério esse plano de estudo de crescimento empresarial. Hoje, todos juntos podemos comemorar esse investimento da J. Macêdo. A cidade está de braços abertos para a empresa." Já o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona, colocou a entidade à disposição do grupo para discutir o desenvolvimento econômico da região.
Fundada em 1939, em Fortaleza (CE), pelo empresário José Dias de Macêdo (1919-2018), a J.Macêdo está presente em Londrina desde 1975 com o Moinho Dona Benta, onde atualmente emprega 200 pessoas e produz, por exemplo, farinha de trigo (Dona Benta), farinha de trigo reserva especial e integral (Dona Benta), além de produtos da sua Linha Profissional dedicada ao segmento B2B como farinha de panificação (Dona Benta) e farelo para nutrição animal.