A família do pequeno Noah Gabriel Umbelino dos Santos, de apenas dois anos, trava, há cerca de uma semana, um calvário de idas e vindas de casa, no Parque São Jorge, ao PAI (Pronto Atendimento Infantil), em Londrina. Depois de várias consultas e liberação para tratamento domiciliar, ele foi internado na enfermara, desde a madrugada deste sábado (4), com pneumonia e suspeita de dengue.
Ainda assim, dizem a mãe, Victoria Cristina Umbelino, e a avó, Elaine, os médicos tentam convencê-las a levar o menino para casa. “Eu disse que só aceito quando eles garantirem que a febre não vai voltar”, afirma a Victoria.
O PAI vem enfrentando problemas de sobrecarga nos atendimentos, o que tem preocupado não só a administração, quanto todo o sistema de saúde de Londrina, conforme mostrou a reportagem na sexta-feira (3). Com até mil atendimentos por dia, pais reclamam de longas esperas e um casal chegou a ser encaminhado pela GM (Guarda Municipal) por suposto desacato a uma médica.
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De acordo com a família de Noah, ele e seu irmão gêmeo, Gael, além do irmão mais velho, Caleb, de 4 anos, ficaram doentes ainda no mês de abril. Procuraram ajuda médica no PAI e foram liberados, com suspeita de dengue, para o tratamento domiciliar. Porém, enquanto os dois irmãos apresentaram melhora, o quadro de Noah só piorou.
“Primeiro, foi o diagnóstico de dengue; depois, de virose; depois, virose dupla. Então, voltou a suspeita de dengue; de dengue hemorrágica e, agora, a pneumonia”, enumera Elaine. Desde então, Noah vai para o PAI, é avaliado, recebe o diagnóstico, é medicado e volta para casa para continuar o tratamento.
Entretanto, o garoto passou a vomitar comida e medicamentos, inviabilizando o cuidado domiciliar. E, com períodos de febre intermitentes, passou por convulsão na madrugada de sábado, diz a família. “Eu corri para o PAI com ele e fui direto para o acolhimento. Com meu filho desmaiado no colo, eu não quis esperar”, afirma Victoria.
Diante do quadro, ele ficou sob observação na enfermaria e exame de raio-X teria confirmado a pneumonia. Porém, ainda de acordo com a mãe e a avó, a equipe médica queria dar alta para que continuasse o tratamento em casa, via oral. “Mas, como? Ele vomita os remédios”, diz Elaine. E complementa: “E os médicos dizem que não aplicam injeção no PAI, somente em outros hospitais. Mesmo assim, não aceitam transferi-lo.”
Acompanhando Noah no pront-atendimento, Victoria conta que o menino ainda não conseguia se alimentar via oral na tarde deste domingo e sequer conseguia permanecer sentado no berço.
A reportagem tentou levantar com a Secretaria Municipal de Saúde qual o diagnóstico consolidado de Noah; se o tratamento domiciliar é adequado para uma criança que está apresentando quadro de convulsões; e o que impede a transferência para outra unidade hospitalar.
O secretário Felippe Machado diz que, por ser um caso pessoal e devido a peculiaridades da situação apresentada, haveria dificuldades em conseguir os dados no domingo. A assessoria de comunicação da pasta disse que vai levantar as informações nesta segunda-feira (6).