A esquizofrenia é uma doença rara e atinge cerca de 1% da população. Seus efeitos tendem a ser devastadores ao ponto de comprometer substancialmente a personalidade do indivíduo.
Os esquizofrênicos demonstram seus primeiros indícios ainda na infância ou adolescência e alucinam fenômenos sensoriais auditivos e visuais que norteiam seu comportamento e os fazem crer que estão sendo perseguidos, ouvindo vozes, criando situações irracionais fora do contexto, muitas vezes irremediáveis, o que leva è redução da expectativa de vida, segundo o Dr. Ricardo Moreno, psiquiatra e colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
Basicamente, dois tipos de sintomas são observados mais frequentemente entre os casos, sendo o mais comum os delírios e alucinações. No entanto, a negatividade também faz parte deste quadro, visto que os pacientes costumam iniciar o dia com uma visão negativa de tudo ao seu redor. Atividades corriqueiras como trabalhar podem gerar um grande transtorno na vida do esquizofrênico que, em determinado momento, se fecha para o mundo e constrói um universo particular.
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Na tentativa de reduzir os ataques de alucinações constantes e delírios e manter um maior período de normalidade na vida dos pacientes, os remédios antipsicóticos e os neurolépticos são a estratégia indicada pelos especialistas, com O objetivo é de conter os sintomas negativos e as alterações cognitivas, ou seja, manter o bom funcionamento do intelecto, raciocínio e memória.
Análise psiquiátrica
É evidente que, antes de se tratar a doença, o diagnóstico correto é a forma apropriada de estabelecer um critério a ser seguido. Inicialmente, uma entrevista com o paciente já revela alguns aspectos e características próprias da patologia. Em seguida, o histórico familiar é estudado para a verificação de parentes que sejam ou não portadores de doenças psiquiátricas. Por fim, é apurada a condição física do paciente para que qualquer outra hipótese seja descartada. "Vários fatores devem ser levados em consideração, uma vez que, em alguns casos, a vítima pode ter outras doenças concomitantes", ressalta o especialista.
Família e preconceito
Para batalhar contra a doença existem dois elementos fundamentais que auxiliam no processo: o apoio da família e o acompanhamento psicológico. O mais importante nesses casos é a busca de informações com o objetivo de desmistificar julgamentos prévios. "As doenças psiquiátricas ainda são vistas com preconceito. Na realidade, é uma enfermidade como todas as outras e merece o devido cuidado. Já os familiares representam um grande alicerce nesta fase. A busca por conhecimento auxilia muito o paciente", finaliza o Dr. Ricardo Moreno.