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Bebida falsificada no carnaval pode cegar

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
26 fev 2019 às 13:51

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- Shutterstock
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O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil supera a média global segundo levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado em 2018. Os dados do Ministério da Saúde apontam que a ingestão abusiva atinge 27,1% dos homens contra e 19,1% das mulheres no país. No período do carnaval nem é preciso dizer que a população bebe ainda mais. O maior problema é a comercialização por destilarias clandestinas de bebidas com mais metanol do que o permitido pela legislação.


Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, dependendo da concentração, esta substância causar neurite óptica, uma lesão no nervo óptico que pode levar à perda definitiva da visão. O especialista ressalta que o máximo de metanol permitido nos destilados pela legislação é 0,25ml/100 ml de álcool anidro, limite que geralmente é desrespeitado no uísque, vodka e até na cachaça falsificada.

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Sintomas e diagnóstico

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Queiroz Neto afirma que quando o metanol é metabolizado produz substâncias que provocam neurite óptica, uma desmineralização do nervo óptico que tem como sintomas dor de cabeça, náuseas, vômitos , queda na visão de contraste e até cegueira. Simultaneamente causa danos nos rins, fígado, coração, pâncreas e até alterações na camada externa do cérebro que caracterizam a esclerose múltipla. A intensidade dessas reações, observa, depende da quantidade ingerida e mesmo que a intoxicação passe despercebida deixa sequelas que podem dar sinais depois de algum tempo.

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O diagnóstico da neurite óptica é feito com ressonância nuclear magnética dos nervos ópticos. "Para minimizar as sequelas de uma possível esclerose múltipla, o paciente é encaminhado a um neurologista", afirma. Estudos mostram que mulheres afetadas pela neurite óptica têm o dobro de chance de ter esclerose múltipla quando comparadas à população masculina.


Tratamento

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O especialista afirma que o tratamento depende da avaliação de cada caso, mas geralmente são aplicadas injeções de corticoide para reduzir a inflamação do nervo óptico. A recuperação pode demorar semanas ou meses e ocorrer queda da visão de contraste e de cores, mesmo nos casos em que a exposição ao metanol é pequena. Nas exposições mais intensas as lesões no nervo óptico causam perda irreversível da visão.


Prevenção

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Antes de comprar qualquer bebida no carnaval, as dicas do oftalmologista para prevenir complicações são:


· Evitar o consumo de doses caso não possa checar o rótulo

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· Checar o lacre da garrafa


· Verificar no rótulo da garrafa o registro do Ministério da Agricultura.

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Outros riscos


Queiroz Neto ressalta que, no carnaval, as aglomerações em salões fechados também aumentam a propagação de conjuntivite, inflamação da conjuntiva, membrana que reverte a pálpebra e a parte branca dos olhos. O tipo mais comum é a viral, causada por suor, compartilhamento de maquiagem e mãos suja, salienta. Ao primeiro desconforto, geralmente identificado como sensação de areia nos olhos, o especialista indica fazer compressas frias. Não desaparecendo os sintomas em dois dias é necessário consultar um oftalmologista. A penetração de maquiagem, espuma de carnaval e glitter nos olhos pode causar a conjuntivite alérgica que também tem como primeiro socorro a aplicação de compressas frias para diminuir a coceira.

As dicas de prevenção do médico que garantem a curtição da festa com mais conforto para seus olhos são: lavar as mãos com frequência, não compartilhar maquiagem e evitar o excesso de brilho.


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