Embora seja mais comum no final do inverno, portanto entre os meses de agosto a novembro, no Brasil, a varicela, mais conhecida como catapora, pode ocorrer durante o ano todo. Como a principal forma de transmissão é pelo contato direto da saliva ou de secreções respiratórias da pessoa infectada, a melhor forma de prevenir continua sendo a imunização. "O período de incubação do vírus dura uns 15 dias, então é muito difícil identificar de onde ocorreu o contágio", ressalta a médica Paula França Müller, especialista em saúde da família e pós-graduanda em dermatologia pelo ISMD (Instituto Superior de Medicina).
De acordo com a médica, a transmissão pode acontecer entre um a dois dias antes do aparecimento das lesões de pele, aquelas bolinhas (vesículas) avermelhadas no corpo, características da doença, até cerca de seis dias depois. E a recuperação completa leva, no mínimo, uma semana: de sete a dez dias. "É muito difícil evitar o contato entre as pessoas, por isso a melhor maneira de prevenir é a imunização. Entretanto, quando se faz o diagnóstico da varicela, aí sim é preciso evitar todo tipo de contato para prevenir o contágio", ressalta médica. Paula lista a seguir os principais mitos relacionados à doença:
Mitos sobre a catapora:
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1. Só crianças contraem a doença: é mentira, pois os adultos também estão susceptíveis ao contágio da catapora.
2. Adultos não podem tomar a vacina: não só podem, como devem. É uma recomendação a todos que nunca contraíram a doença.
3. As marcas da catapora são permanentes: algumas pequenas cicatrizes podem, sim, ser permanentes, mas não todas.
4. Se uma gestante já teve catapora, o bebê está imunizado: não! Apesar de a imunidade transferida da mãe para o feto garantir proteção de até 4 a 6 meses de vida extrauterina, vale a pena se vacinar depois disso.
Verdades sobre a catapora:
1. Quem teve catapora pode desenvolver herpes zóster: o vírus da catapora permanece no organismo da pessoa infectada a vida toda e, no futuro, pode vir a desenvolver ou apresentar herpes zóster.
2. Pode-se ter catapora mais de uma vez: é raro, mas pode acontecer.
3. Coçar as feridas leva a infecções na pele: não é recomendável coçar as feridas, que podem causar cicatrizes permanentes e outras infecções que levem à internação.
4. A contaminação é feita pelo ar: sim, por vias respiratórias ou por tosse, saliva, espirro e contato com objetos contaminados.
5. Crianças com catapora podem adquirir pneumonia: esta é realmente uma das complicações da catapora, além de encefalite e outras infecções de pele e ouvido.
6. Gestantes não podem tomar a vacina: realmente não é recomendado a mulheres grávidas que se imunizem durante a gravidez, pelas reações naturais da própria vacina.