A expansão de tecidos é uma técnica relativamente moderna que permite ao organismo gerar pele nova para ser usada na reconstrução de quase qualquer parte do corpo. O procedimento pode ser utilizado na reconstrução de seios, quando não há mais pele para acomodar um implante ou para reparar partes do couro cabeludo em que o crescimento do cabelo se torna difícil. A expansão de tecidos também pode ser bastante usada para reconstruir áreas do rosto, do glúteo, das mãos, dos braços e das pernas.
"Um expansor de silicone é colocado abaixo da pele próximo da área que será reparada. Essa parte do corpo será preenchida, gradualmente, com água salina durante certo período, fazendo com que a pele se estire e cresça", resume o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico da Clínica Michelangelo, de Curitiba – PR. O especialista comenta que esse processo é utilizado com maior frequência para a reconstrução dos seios após a retirada de um deles, por exemplo, e para reparar a pele atingida por defeitos inatos, acidentes ou cirurgias, e até em certos procedimentos cosméticos.
"Nas costas, no tronco e em outras áreas em que a pele é ajustada à silhueta, a cirurgia ser torna mais complicada. Outra contra-indicação ocorre quando a área afetada está demasiadamente prejudicada, já que a pele em boas condições é a primeira das exigências para que o tratamento funcione" exalta Pacheco.
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O cirurgião explica que até pouco tempo atrás, os especialistas estavam limitados a fazer transplantes para reconstruir o tecido afetado e retalhos de pele – assim, a expansão de tecidos se tornou uma técnica adicional com várias vantagens.
"Primeiramente, esse novo método oferece uma semelhança quase perfeita da cor da pele, da textura e das qualidades de produção de pelo", diz. Outro ponto positivo é que com esse procedimento existe um risco muito menor que o tecido morra, - e, como se não bastasse, pelo fato de a pele não ter sido movida de um lugar a outro, as cicatrizes geralmente são menos aparentes.
"Porém, a expansão da pele também apresenta uma desvantagem: o tempo que leva para que cresça uma nova pele", alerta Pacheco. Dependendo da área do corpo que será reconstruída, a expansão de tecidos pode durar de três a quatro meses. O procedimento também exige várias visitas ao cirurgião para a injeção da água salina.
Antes de fazer qualquer procedimento, o paciente deverá ser criteriosamente avaliado pelo médico. "É preciso ver a idade, a condição da pele, a história médica e outros fatores que poderão ajudar a decidir se aquele paciente específico será beneficiado com a expansão de tecidos. É sempre importante lembrar que, antes de realizar o procedimento, o paciente deve discutir suas expectativas, tirar todas suas dúvidas, entender o procedimento e confiar em seu cirurgião", conclui Pacheco.