"Cerca de 70% das mortes por câncer no mundo ocorrem em países em desenvolvimento. A maioria dessas mortes poderia ser prevenida se as instalações corretas e uma equipe treinada existissem", afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) para marcar o Dia Mundial contra o Câncer celebrado nesta quarta-feira (4).
A agência das Nações Unidas contribui com novas técnicas nucleares para o combate ao câncer e, para incentivar o debate sobre práticas de controle e prevenção, organizou uma mesa-redonda com painelistas notáveis internacionais em sua sede em Viena.
"O objetivo deve ser acesso igualitário para todos os pacientes, em todos os países, no mais alto padrão de cuidado ao câncer, independente do nível de desenvolvimento do país", disse Yukiya Amano.
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De acordo com a OMS, há 14 milhões de novos casos de câncer por ano e mais de 8 milhões de mortes, com a maioria dos falecimentos ocorridos na África, Ásia, América Central e do Sul. Entre as bandeiras levantadas durante o debate para a prevenção está o tabaco, principal causador do câncer no mundo.
"Todos os anos, 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer, com ao menos 1,6 milhão ou 20% dos casos são relacionados ao tabaco. No total, mais de 6 milhões de pessoas morrem todos os anos por doenças relacionados ao tabaco, incluindo doenças cardiovasculares, doenças crônicas pulmonares e câncer", escreveu a médica brasileira Vera Luiza da Costa e Silva, chefe do secretariado para a Convenção-Quadro sobre o Controle de Tabaco da Organização Mundial da Saúde.
"No Dia Mundial contra o Câncer devemos reafirmar nosso compromisso para reduzir o tabaco para que um mundo livre do tabaco se transforme em realidade", disse, lembrando sobre a campanha de propaganda massiva ainda existente em meios publicitários que glorificam o ato de fumar.
Mais conhecida por seu trabalho de vigilante de programas nucleares, a agência da ONU coopera há décadas com uma rede global de parceiros, inclusive a Organização Mundial da Saúde (OMS), para ajudar os países a estabelecer programas de controle do câncer abrangentes para cobrir o diagnóstico, tratamento e cuidado paliativo.